11/12/07 |

Milho pipoca tem potencial ainda a ser explorado

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A pipoca é um ótimo acompanhante nos momentos de lazer. Assistir a um filme no cinema ou a algum programa de televisão em casa comendo pipoca são alguns dos programas preferidos de muitos brasileiros. Seja feita em microondas ou estourada direto na panela, é um alimento que agrada crianças, adultos e idosos, homens e mulheres.

Poucas empresas trabalham com milho pipoca no Brasil. Entre as instituições públicas que desenvolvem novas cultivares, estão o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) e a Embrapa Milho e Sorgo. O primeiro tem no mercado os híbridos IAC 112, adaptado a estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país, e IAC 125, que pode ser plantado nas principais regiões produtoras de pipoca do Centro-Sul brasileiro. Eduardo Sawazaki, pesquisador da área de melhoramento genético do IAC, conta que estão sendo avaliadas três novas cultivares, sendo dois híbridos e uma variedade.

Já a Embrapa possui a BRS Angela (foto), variedade lançada em 2000 e que apresenta alta produtividade de grãos, estabilidade de produção e bom índice de capacidade de expansão, que mede a maciez da pipoca. O responsável pelo desenvolvimento da única cultivar de pipoca da Embrapa foi o também melhorista Cleso Pacheco.

O cultivo comercial do milho pipoca ainda é limitado no Brasil. Na opinião de Márcio Marchesin, diretor da empresa Sementes Três Rios, que fica em São Miguel Arcanjo-SP e produz sementes de milho pipoca, "para que haja ampliação do cultivo no Brasil dois fatores são importantes. Primeiro, há necessidade de obtenção de novas cultivares que tenham boa adaptação, produtividade e elevada capacidade de expansão. Segundo, é necessário que o agricultor brasileiro utilize tecnologias mais adequadas de colheita, secagem, beneficiamento e armazenagem dos grãos de pipoca para manter as qualidades potenciais do produto".

Mesmo reconhecendo certo avanço com o lançamento de algumas cultivares, José Carlos Belon, proprietário da empresa Sementes Nascente, considera que falta ao país "desenvolver materiais competitivos de qualidade para que possamos também exportar milho de pipoca para o resto do mundo". Ele diz que órgãos como o IAC, a Embrapa e o Iapar, mesmo com as dificuldades enfrentadas, têm trabalhado e produzido cultivares de excelente qualidade. "Aquela história de que milho de pipoca tem que ser americano não é verdade faz muito tempo", assegura.

Mercado em formação

Eduardo, do IAC, diz que o principal atrativo para que se aumente a área com milho pipoca no país é o preço praticado no mercado. Mas atualmente não tem havido motivação para o plantio de milho pipoca por causa do preço que o milho comum tem atingido. "As pessoas que estão plantando milho pipoca esperam, na época da colheita, queda do preço do milho comum e aumento do preço do pipoca devido, provavelmente, à redução de área com pipoca e à super-produção do milho comum", explica.

Outras questões ligadas ao mercado ainda em formação acabam influenciando a produção de milho pipoca no país. Eduardo considera que, sobretudo para os novos produtores, uma grande limitação é a comercialização: "falta também, para as empresas que atuam no mercado nacional, a exportação para outros países". Já Márcio acrescenta a importância da logística na hora de vender a produção. "Por exemplo, um agricultor do Mato Grosso, se não tiver clientes previamente acertados para comercialização do produto, acaba optando por plantar uma commoditie, como o milho comum e a soja". Os bons preços que esses dois últimos produtos vêm tendo, na visão dele, deverão ocasionar queda na área plantada com pipoca no país na próxima safra.

José Carlos explica que o produtor precisa ficar atento ao mercado e suas particularidades. "Por exemplo, ano de Copa do Mundo é muito bom para se vender pipoca; é ano em que os preços abaixam muito e o produtor fica desestimulado e não planta. O que acontece? Falta produto no mercado no ano seguinte e o preço, logicamente, sobe". E ele dá a dica: "o que o produtor precisa é plantar um pouco todo ano e não vender nas épocas de pique de colheita, quando a oferta será bem maior que a procura e os preços mais baixos".

Outras informações podem ser obtidas junto à Área de Comunicação Empresarial (ACE) da Embrapa Milho e Sorgo: (31) 3779-1172 ou clenio@cnpms.embrapa.br .

Clenio Araujo (MG 06.279 JP)Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)Contatos.: (31) 3779-1172

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