13/12/07 |

Espécies silvestres de mandioca são foco de pesquisa

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O potencial de utilização de espécies silvestres de mandioca como fonte de resistência a estresses bióticos e abióticos é o assunto de um dos mais recentes projetos de pesquisa aprovado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Liderado pelo pesquisador Alfredo Augusto Cunha Alves, da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, o projeto, também chamado de Mandsilvestre, está em fase de implementação e conta com a participação de membros de outras Unidades da Embrapa (Semi-Árido, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Amazônia Oriental e Amazônia Ocidental) e outras instituições, como as universidades federais de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Recôncavo da Bahia (UFRB).

As espécies silvestres são fundamentais para o trabalho de melhoramento genético de plantas. Por isso, o Mandsilvestre pretende fornecer suporte ao programa de melhoramento de mandioca da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. "Poderemos suprir uma lacuna existente no programa, que é a não utilização de espécies silvestres para o desenvolvimento de novas variedades de mandioca", explica Alfredo Alves.

Dois dos problemas na utilização de espécies silvestres de Manihot em programas de melhoramento são a diferença no período de florescimento e a dificuldade para propagação e manutenção, no campo, dessas espécies. "O desenvolvimento de metodologias que permitam minimizar esses problemas permitirá a realização de cruzamentos entre a espécie cultivada e as silvestres", exemplifica o pesquisador.

Atividades

Diversas atividades estão contempladas no projeto, que tem início em 2008 e finaliza em 2010. Entre os primeiros passos, está a coleta de espécies silvestres nas regiões do cerrado, semi-árido, Amazônia Oriental e Ocidental, visando a ampliação da coleção da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.

A introdução de espécies silvestres na Unidade de Cruz das Almas começou em 2005, com sementes botânicas de várias espécies transferidas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e com expedições de coletas realizadas a Bahia e no cerrado. Atualmente, a Unidade tem cerca de 540 acessos de, pelo menos, 14 espécies silvestres de mandioca.

Os acessos silvestres e híbridos interespecíficos (entre espécies) serão avaliados e selecionados quanto à resistência às principais pragas e doenças (estresses bióticos), bem como à tolerância à seca e à deterioração fisiológica pós-colheita (estresses abióticos). O material selecionado será, então, utilizado no melhoramento da mandioca visando a introdução de genes úteis (encontrados em silvestres) em variedades comerciais.

Outras ações previstas pelo projeto são: Estabelecimento de metodologias para multiplicação de espécies silvestres; Desenvolvimento de híbridos interespecíficos de M. esculenta com mandioca silvestre; Produção, viabilidade e conservação de grãos de pólen de espécies de Manihot; Caracterização citogenética do germoplasma silvestre; Identificação de marcadores moleculares para resistência a pragas e doenças; e Documentação e informatização das informações da coleção de trabalho.

Da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, além de Alfredo Alves, participam do projeto os pesquisadores Alba Farias, Alberto Vilarinhos, Aloyséia Noronha, Antonio Souza, Carlos Ledo, Eduardo Chumbinho, Fernanda Souza , Janay dos Santos-Serejo,  Miguel Dita, Milene Castellen e Vanderlei Santos.

Apoio internacional

O projeto recém-aprovado vai dar continuidade a atividades complementares do projeto "Desenvolvimento de tecnologias de baixo custo para piramidação de genes úteis de espécies silvestres de mandioca em progenitores elites", financiado pelo Generation Challenge Program (GCP).

Este projeto internacional termina em 2007 e conta com a participação do Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), da Colômbia, que foi o responsável pelo estabelecimento, no campo, da primeira coleção de espécies silvestres e híbridos interespecíficos na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical e pela primeira avaliação de vários acessos, para resistência a pragas e doenças em condições de campo.

Léa Cunha (DRT-BA 1633)Embrapa Mandioca e Fruticultura TropicalTelefone: (75) 3621-8076 Fax: (75) 3621-8092E-mail: leacunha@cnpmf.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/