19/12/07 |

Adubação correta melhora produtividade em mangueiras

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Acertar as dosagens de nutrientes na adubação das mangueiras para que respondam com o máximo de produtividade não é operação simples. Mesmo em propriedades que fazem uso intensivo de informações e recursos técnicos é freqüente o erro para mais e para menos nas porções dos adubos aplicados nos pomares.

A dificuldade está, principalmente, nos atuais métodos que são pouco precisos quando buscam estabelecer as quantidades ótimas de macro e micronutrientes a serem ofertadas às mangueiras. 

Estudos recentes realizados por especialistas da Embrapa Semi-Árido, da Embrapa Acre e do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Juazeiro, agregaram a esses métodos um conjunto de informações que tornam mais eficiente a prática da adubação nos pomares comerciais de mangueiras.

Os estudos ainda avançaram para a criação de um sistema informatizado no qual o agricultor pode correlacionar os 13 principais elementos químicos para a boa nutrição das plantas e a conseqüente elevação da produtividade do pomar.

Solo e planta

As recomendações de adubos para a mangueira são determinadas pelos resultados de análise de folhas e de solo. Contudo, a interpretação dos resultados de forma integrada é complexa. Para interpretar os resultados da análise foliar são utilizados métodos chamados de "Níveis Críticos" e "Faixas de Suficiência".

O primeiro é baseado na comparação de um determinado macro ou micronutriente com índices de referência separados em classes de deficientes e suficientes, ou suficientes e tóxicos, explica o pesquisador Davi José Silva, da Embrapa Semi-Árido.

Por sua vez, a técnica de recomendação com base nas "Faixas de Suficiência" tem sido sugerida como alternativa para contornar as limitações de interpretação do método do nível crítico. A abordagem de faixas torna mais maleável a determinação da oferta de adubos, tendo em vista que não existe um nível exato que determina a ótima produtividade da cultura. Ambos os critérios, explica Davi, seja pelo caráter pontual de um quanto pela falta de exatidão das faixas, têm eficiência restrita.

Atualmente, os técnicos e agricultores têm recorrido a um método chamado de Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (em inglês Diagnosis and Recommendation Integrated System - DRIS). Nele, a análise foliar permite identificar a suficiência de cada nutriente em relação aos demais.

A aplicação deste método em mangueiras no Submédio São Francisco foi estudada pelo professor Paulo Augusto da Costa Pinto, da UNEB. Neste estudo, ele colheu dados em 63 pomares comerciais da região do Submédio São Francisco, nos estados da Bahia e de Pernambuco.

DRIS

Contudo, Davi Silva explica que o DRIS é deficiente quando o técnico ou agricultor precisa relacionar o diagnóstico do estado nutricional, obtido com as análises de solo e foliar, com a recomendação das quantidades de adubo a serem aplicadas no pomar.

Esta deficiência foi corrigida em pesquisa desenvolvida pelo pesquisador Paulo Guilherme Salvador Wadt, da Embrapa Acre, que agregou ao DRIS o critério chamado de Potencial de Resposta à Adubação (PRA). Por ele, os índices DRIS são classificados em cinco classes de probabilidade de resposta à adubação.

Elas, então, podem ser utilizadas conjuntamente com os resultados da interpretação da análise de solos para produzir um sistema de recomendação efetivamente integrado entre fertilidade do solo e estado nutricional da planta.

O programa que os pesquisadores vão disponibilizar aos agricultores e técnicos tem por base o DRIS e o PRA. O objetivo de disponibilizar um sistema de diagnose e de recomendação de adubação para mangueiras, integrando avaliação da fertilidade do solo e da diagnose foliar (DRIS) como meio de propiciar uma adubação mais equilibrada para a maximização da produtividade de um determinado pomar sem causar danos ao meio ambiente ou à saúde das plantas, assegura Davi Silva.

Contatos:

Davi José Silva – pesquisador; Endereço eletrônico: davi@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalista; Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Embrapa Semi-Árido Tel. 87 3862 1711

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/