28/01/08 |

Imigração japonesa na Amazônia é tema de livro

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

A história da inserção e integração japonesa na Amazônia é tema do livro "A Imigração Japonesa na Amazônia - sua Contribuição ao Desenvolvimento Agrícola", do pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Alfredo Homma. O lançamento se realiza nesta quinta-feira, dia 31, às 19h, na Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), em Belém/PA.

A obra faz parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil promovida pela Embrapa e mostra a particular experiência do desenvolvimento agrícola promovida por esses imigrantes na região amazônica, principalmente na introdução de juta e pimenta-do-reino, duas importantes culturas exóticas da região que ganharam, cada uma, seu espaço no livro.

A curiosidade do autor em estudar sobre o tema possui, além de tudo, valor sentimental, já que seus antecedentes chegaram na região no início da década de 1930. Para Homma, amazonense, natural de Parintins, discutir a imigração japonesa é analisar a compensação da transferência de recursos genéticos e as transformações resultantes. "Até meados do século 1920 era comum a transferência de recursos genéticos em vários sentidos, característica inata de migrantes, na busca de sonhos e esperanças na sua nova terra. Em alguns casos essa transferência representava interesses de estado na busca de novas plantas para gerar riquezas", diz o autor, no prefácio do livro.

Homma dedicou um capítulo exclusivo para a questão das transferências genéticas promovidas pelos imigrantes japoneses. "A região amazônica sempre se caracterizou por um intenso movimento de material genético, desde os primórdios de sua ocupação", explicou.

Inserção japonesa

Segundo relatos do livro, os primeiros imigrantes japoneses que se destinaram a Amazônia saíram do Porto de Kobe, no Japão, no dia 24 de julho de 1926, e só chegaram ao município de Tomé-Açu, no dia 22 de setembro do mesmo ano, com paradas no Rio de Janeiro e Belém.

Além da juta e a pimenta-do-reino, os japoneses foram responsáveis também pela introdução de mamão hawai e do melão em junho de 1970. A terceira maior colônia japonesa no Brasil está no Pará, com cerca de 13 mil habitantes, perdendo para os estados de São Paulo e Paraná. Eles vivem principalmente nos municípios de Tomé-Açu, Santa Izabel e Castanhal. "Aliás, Tomé-Açu foi o primeiro local do Norte do país a receber imigrante japoneses, por volta de 1929. Os colonos nipo-brasileiros permanecem no mesmo local, onde se tornaram modelos no desenvolvimento de sistemas agroflorestais e tiveram a capacidade de se adaptar às mudanças de mercado e aparecimento de pragas e doenças, adotando sempre novas estratégias produtivas e os preceitos de conservação", explica Homma.

O autor

Alfredo Homma é pesquisador da Embrapa desde 1974 e colabora com cursos de pós-graduação da Universidade Federal do Pará e na Universidade Federal Rural da Amazônia. É Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Federal de Viçosa (1970), com Mestrado (1976) e Doutorado (1989) em Economia Rural, pela mesma Universidade. Entre os prêmios recebidos ao longo do seu trabalho, destaca-se o Prêmio Frederico de Menezes Veiga, concedido pela Embrapa em 1997.

Juliana Freire (MTb 3053/DF)Contato: (61) 3448-4039juliana.freire@embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/