11/02/08 |

Agricultores revelam-se multiplicadores do Tipitamba

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Pequenos produtores rurais de Igarapé-Açu vão estar no centro das atenções na próxima quarta-feira (13), no evento "Práticas agrícolas alternativas à derruba-e-queima para a agricultura familiar", que a Embrapa Amazônia Oriental promove no município paraense de atuação do Projeto Tipitamba.

Durante o evento, os próprios agricultores vão se encarregar de expor ao público presente os benefícios da adoção da agricultura sem queima e das tecnologias para enriquecimento da capoeira e sua transformação em área produtiva. Tipitamba, na língua dos índios Tiriyó, do norte do Estado do Pará, quer dizer ex-roça ou capoeira. A mata de capoeira é a vegetação secundária da floresta formada por árvores e plantas de baixa e média altura.

Os produtores parceiros do Projeto Tipitamba farão as explanações no campo, em área rural localizada na comunidade São João, na divisa dos municípios de Igarapé-Açu e Marapanim. O local reúne exemplos de área sem queima para cultivo da mandioca e de implantação de sistema agroflorestal para enriquecimento da capoeira com açaí, paricá e cupuaçu, entre outros arranjos produtivos.

"A participação ativa dos produtores também é fruto do trabalho desenvolvido pelo Tipitamba, pois, após serem capacitados, os agricultores parceiros tornam-se auto-suficientes no gerenciamento do conhecimento e das práticas adotadas, criando inclusive variações derivadas das propostas iniciais", informa o pesquisador Osvaldo Kato, coordenador do projeto.

Os agricultores João Barros, João Barros Filho e Luciano Braga, que farão as palestras, estão nesta condição. Após anos de trabalho em conjunto com a Embrapa como parceiros do Tipitamba, são agora também multiplicadores das tecnologias que adotaram.

O evento em Igarapé-Açu segue os moldes de um dia-de-campo, uma ação típica para transferência de tecnologia agropecuária e florestal, com demonstração de resultados das pesquisas. É dirigido a técnicos de extensão rural, agricultores familiares, estudantes e representantes de outros segmentos ligados ao meio rural, como agentes financeiros e associações de classe.

TIPITAMBA - Desenvolver novas alternativas de cultivo sem a utilização do fogo é a principal proposta do projeto, por meio do manejo da vegetação secundária em descanso. O preparo de área via derruba-e-queima, a prática mais usual na agricultura familiar amazônica, é substituído pelo corte e trituração mecanizada da capoeira, que passa a ser utilizada como cobertura morta do solo para os cultivos em plantio direto.

"Assim o produtor amazônico evita a queimada, emite menos carbono na atmosfera e ainda preserva melhor os recursos naturais, aumentando a produtividade de sua lavoura", revela o pesquisador Kato. Segundo ele, a máquina capaz de triturar a capoeira deixa o terreno pronto para o plantio direto. O solo protegido pela biomassa retém umidade e preserva nutrientes e microorganismos importantes para sua fertilidade e conservação.

O Projeto Tipitamba teve seu início há cerca de 14 anos na Embrapa Amazônia Oriental em conjunto com universidades alemãs de Göttingen e Bonn, por meio de convênio de cooperação internacional. Atualmente, o projeto ampliou suas parcerias e, conseqüentemente, o seu modo de atuação para levar adiante a pesquisa sobre a função da capoeira na agropecuária do nordeste do Pará e de outros estados da Amazônia.

Izabel Drulla Bandão (MTb 1084/PR) Embrapa Amazônia Oriental Contatos: (91) 3204 1200 – izabel@cpatu.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
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