26/02/08 |

Pracaxi, planta da Amazônia, é tema de estudo

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O nome  Pentaclethara macroloba Wild pode parecer estranho para as pessoas do meio urbano, mas para as populações ribeirinhas da Amazônia,  o pracaxi , nome popular da árvore , é muito usado para o tratamento contra picada de cobras e cicatrização de úlceras.

As sementes produzem azeite de cozinha e a madeira pode ser usada para fabricar móveis e dormentes de ferrovias.  Valiosa no mercado, o metro cúbico da madeira pode alcançar o preço de 31, 94 dolares(em pé) e 47,91( no pátio de toras).

Os diversos estudos sobre a espécie estão numa pesquisa realizada por Eliana Balieiro do Nascimento e Wendel Aranha Pinto válida como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Engenharia Florestal pelo Instituto Macapaense de Ensino Superior (IMMES).

Durante toda a pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo, os alunos foram orientados pelo pesquisador Jorge Segovia, da Embrapa Amapá, que há seis anos publicou um estudo apontando que diversas espécies florestais apresentaram altos índices de sobrevivência quando consorciada a cultivos agrícolas em sistemas agroflorestais instalados no Distrito do Pacuí, município de Macapá.

Amostragem

Para avaliar a variação genética do pracaxi, Eliana e Wendel coletaram frutos a partir de uma amostragem de 36 matrizes em cada unidade geográfica de coleta, nas áreas de várzeas dos municípios de Macapá (Igarapé da Fortaleza) e Santana (distrito do Anauerapucu).

Por meio  de técnicas manuais de separação, eles obtiveram sementes das árvores e formaram um único lote de coletas. Na seleção utilizaram apenas as que tinham condições favoráveis de germinação e vigor e eliminadas as sementes brocadas, ardidas e com fungos.

Os ensaios de germinação foram realizados em um viveiro telado, instalado no Campo Experimental de Fazendinha, sendo que as plântulas foram protegidas reduzindo a radiação excessiva com sombrite a 50%, suspenso a dois metros de altura no interior do viveiro.

Um procedimento importante foi eliminar as ervas daninhas através de capinas manuais, e a umidade dos substratos, mantida sempre próxima da capacidade de campo, utilizando para o sistema de irrigação localizada por micro-aspersão.

Análises

Os recém-formados e o pesquisador relatam ainda que o preparo dos substratos para o plantio constou de secagem, peneiramento e esterilização do solo com uma solução composta de hipoclorito de sódio e água. O semeio foi realizado em sacos plásticos de polietileno preto. Uma das fases da pesquisa foi a análise físico-químicas dos substratos utilizados nos ensaios, realizados no Laboratório de Análise de Solos da Empresa Amapá.

Entre as diversas análises, procuraram observar a altura da planta, comprimento da raiz, diâmetro do colo, número de folhas, massa seca da folha, massa seca do caule, a massa seca da raiz e massa seca total. Uma das conclusões dos novos engenheiros florestais é de que no Estado do Amapá observou-se que, ao longo de dois anos a espécie pracaxi cresce em clima tropical chuvoso, florando no período seco e frutificando no período chuvoso.

Outros resultados mostraram que na espécie Pentaclethra macroloba Willd, não se observou a dependência das sementes, tanto para germinação quanto para o crescimento inicial, em função da acidez e do teor nutritivo do substrato em que ela se encontra.

Portando foi possível a formação de mudas precoces aos 71 dias após o semeio, bem enraizadas e aptas ao transplante em ambiente de viveiro coberto com sombrite a 50% e com sistema de irrigação por micro-aspersão , mas sem depender da adição de fertilizantes e corretivos químicos. Isso reduz os custos de produção de mudas durante o seu crescimento inicial.

Os dados desta pesquisa proporcionam conhecimentos técnicos para pesquisadores, extensionistas, viveiristas e agricultores familiares que trabalham com produção de mudas de espécies florestais, principalmente quando tratar-se de sistemas agroecológicos para manejo de áreas de baixo impacto ou recuperação ambiental de áreas degradadas.

Dulcivânia Freitas(MTb/PB 1063)Embrapa AmapáContatos: (96) 3241 1551

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/