27/02/08 |

Presidente do BID visita a Embrapa

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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, Luis Alberto Moreno, esteve na Sede da Embrapa, em Brasília, DF, para conhecer os projetos de pesquisa da Empresa que possam servir a uma integração da América Latina e Caribe, via cooperação técnico-científica.

Moreno está no Brasil desde o último dia 25 para iniciar definição da Estratégia do Banco para o País nos próximos quatro anos e para  buscar fortalecer e renovar o relacionamento setorial com o Brasil, maior tomador de recursos da instituição.

Durante a visita, ele fez perguntas sobre as pesquisas em agroenergia. O diretor-presidente, Silvio Crestana, informou que, até pouco tempo, a Embrapa não tinha tradição nessa área, somente em etanol. Com a missão que recebeu do governo de organizar uma proposta de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e de Transferência de Tecnologia na área, o primeiro passo foi a criação da Embrapa Agroenergia (Brasília-DF), que já tem vários projetos em desenvolvimento e perspectivas de demanda crescente.

"O Brasil tem um grande potencial em produção de biomassa para produção de energia. Em outros países essa produção não é viável, porque compete com a produção de alimentos. Muitos dos que têm potencial, não se interessam".

Embrapa na África

Crestana também falou do trabalho de atuação da Embrapa no exterior, especialmente do trabalho que vem sendo realizado no escritório da Embrapa na África. "O tempo para desenvolver agricultura tropical na região é de, no mínimo, 10 anos". Na América Latina, a Empresa também tem trabalhado agenda em comum, principalmente com a Colômbia, a Bolívia, a Venezuela, o Paraguai, o Uruguai e o Panamá. "Toda fronteira do Brasil com seus vizinhos sul-americanos, desde o norte ao sul, há o desafio da sanidade animal, que exige uma atuação bem maior", informou.

O diretor-presidente também enfatizou a importância da agricultura como instrumento de progresso, de autonomia e de libertação dos povos. "Foi com essa atividade econômica que o País vem conquistando superávit em sua balança comercial. Nesse processo, o investimento em pesquisa e desenvolvimento teve um papel imprescindível, tornando competitiva a agricultura nacional. Outra prova de que agricultura e ciência é uma mistura que dão certo, é a queda do preço da cesta básica, que diminuiu em 30%".

Segundo Crestana, o grande gargalo da agricultura brasileira é a dependência dos insumos químicos, cuja matriz energética vem do petróleo. "Quem define esse mercado atualmente é a China e os EUA. Precisamos agir, apresentar ações concretas. Estamos à disposição para cruzar agenda de trabalho no plano técnico-operacional".

Atualmente o BID financia dois programas na Embrapa: o  Programa de Inovação Tecnológica e Novas Formas de Gestão na Pesquisa Agropecuária – Agrofuturo e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica - Proeta.

Plantas transgênicas: tecnologia e benefícios para a população

As pesquisas para desenvolvimento de plantas transgênicas despertaram muito o interesse de Moreno, pelo alto nível tecnológico e também pelos benefícios que podem trazer para a sociedade brasileira. Entre elas, destaca-se o feijão transgênico resistente ao mosaico dourado do feijoeiro. Essa é a pior ameaça à cultura do feijão no Brasil, capaz de causar perdas de 40 a 100% da Bahia ao Paraná.

Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Aragão, que recebeu o presidente do BID na Unidade, o feijão transgênico já está sendo testado no campo da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiânia, com bons resultados. "Quando for lançado no mercado será o primeiro produto transgênico no mundo totalmente desenvolvido por uma empresa pública de pesquisa", ressaltou o pesquisador.

Outro motivo de orgulho para a ciência brasileira e que também chamou a atenção de Moreno é a parceria entre a Embrapa e a BASF para desenvolvimento de variedades de soja geneticamente modificadas com tolerância a herbicidas da classe das imidazolinonas. Essas plantas estão sendo desenvolvidas no Brasil e vão atender a programas de melhoramento de mais de 20 países.

Aragão destacou ainda outras potencialidades da engenharia genética para utilização de plantas transgênicas como biofábricas para produção de fármacos, entre outras.

Moreno ficou positivamente impressionado também com a grande quantidade de doutores e estudantes nos laboratórios da Embrapa. O Brasil forma hoje 10 mil doutores por ano, o que é um número bastante significativo.

Fernanda Diniz ((MTb 4685/89/DF)Embrapa Recursos Genéticos e BiotecnologiaContatos: (61) 3448-4769 e 3340-3672fernanda@cenargen.embrapa.br

Flávia Bessa – MTb 4469/DFContatos: 61 3448-4568flavia.bessa@embrapa.br

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