14/03/08 |

Na silagem o sorgo destaca-se pelo potencial nutritivo

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Alta digestibilidade de fibras e elevado valor nutritivo, boa fermentação, alta produção de grãos e cultivares com elevada sanidade foliar, características associadas a um custo o mais baixo possível. Estes são os diferenciais que os produtores buscam no momento de escolher híbridos de sorgo forrageiro para a produção de silagem.

Técnica capaz de garantir as necessidades de alimentação dos animais nos meses de entressafra, a silagem de boa qualidade hoje é quase obrigatória nos sistemas intensivos de produção de leite e carne.

A cultura do sorgo vem se sobressaindo e uma expressiva expansão foi registrada na safra 2006/2007, atingindo uma área plantada de mais de 926 mil hectares de sorgo granífero e 294 mil hectares de sorgo forrageiro.

"Do ponto de vista agronômico, esse crescimento é explicado pelo alto potencial de produção de grãos e matéria seca da cultura, além da sua extraordinária capacidade de suportar estresses ambientais, como em situações em que o déficit hídrico e as condições de baixa fertilidade dos solos oferecem maiores riscos para outras culturas, notadamente o milho", explica José Avelino Santos Rodrigues, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.

Segundo ele, as cultivares existentes no mercado, como a BRS 610 (foto acima), lançada em 2002 pela Embrapa e líder de mercado junto com a cultivar Volumax, da Monsanto, superaram problemas como acamamento e baixa digestibilidade das fibras.

"O valor nutricional de uma silagem bem feita do BRS 610 é equiparado em termos de qualidade à silagem de milho. A principal vantagem é o menor custo de produção, já que a produtividade do sorgo é mais alta para a produção de massa", afirma. "Se compararmos o custo por tonelada de silagem produzido, o produtor gasta menos se utilizar o sorgo, se considerarmos apenas o primeiro corte.

Uma lavoura de sorgo forrageiro, desde que tecnicamente bem conduzida, alcança produtividades médias de 50 toneladas de massa verde por hectare, havendo registros de até 80 toneladas em experimentos conduzidos no estado de Goiás. "O segundo corte ou rebrota ‘vem de graça' para o produtor, que pode alcançar uma média de 20 toneladas.

Por outro lado, uma lavoura boa de milho para silagem atinge em média 45 toneladas", continua Avelino. Para ele, a tolerância ao alumínio tóxico no solo  e a resistência a veranicos, comuns na região Sudeste, otimizam o potencial da cultura. "É onde as cultivares da Embrapa se sobressaem", completa.

Em um cenário onde o Brasil ocupa a primeira posição entre os países produtores de carne bovina e é o sexto país que mais produz leite no mundo, a cultura do sorgo, na visão do pesquisador, tem importância estratégica no abastecimento de grãos e forragem, "podendo contribuir com o equilíbrio nos estoques reguladores, otimizar o crescimento sustentável das atividades pecuárias e garantir a oferta de alimentos, oferecendo mais competitividade ao setor".

Os aumentos significativos na produtividade da cultura e melhorias na qualidade da forragem – conquistas atribuídas ao melhoramento genético – podem contribuir, segundo Avelino, para a oferta sustentável de alimentos para a alimentação animal a um baixo custo, tanto para pecuaristas quanto para a agroindústria de rações.

Em experimentos conduzidos na Embrapa Milho e Sorgo nos anos agrícolas de 1994/95 e 1995/96, o potencial produtivo do sorgo forrageiro foi superior ao do milho. O sorgo forrageiro atingiu 18,41 toneladas por hectare de massa seca, enquanto o milho não atingiu 16 toneladas. As cultivares de duplo propósito, segundo o estudo, apresentaram um elevado potencial para a produção de silagem, com proporção de grãos próxima da média de grãos dos milhos híbridos. Quanto ao valor nutricional, a recomendação é o uso de cultivares de duplo propósito que resultam em silagens altamente nutritivas.

RESISTÊNCIA À SECA COMPROVADA – O produtor Gustavo Viana Teixeira planta milho e sorgo para silagem em uma propriedade localizada próxima a Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais. A produção, voltada exclusivamente para a comercialização, é dividida da seguinte forma: 20 hectares foram destinados ao sorgo forrageiro e 100 ocupados com milho. "Se faltar chuva, o sorgo se sobressai. No entanto, prefiro plantar milho quando o assunto é silagem, já que o cereal pesa mais", compara. Em uma análise da última safra, o produtor antecipa que os dois cereais tiveram um bom desempenho: o milho alcançou uma produtividade de 38 toneladas por hectare e o sorgo atingiu as 35 toneladas por hectare.

Ele afirma que a cultivar de sorgo escolhida apresentou problemas de acamamento e lembra que a regulagem da plantadeira no momento do plantio é essencial, além de acertar no momento de controle de pragas e doenças. Em relação ao problema de acamamento enfrentado pelo produtor, a saída é a escolha de cultivares resistentes, assim como no quesito pragas e doenças. O livro "Produção e Utilização de Silagem de Milho e Sorgo", resultado de uma parceria entre Embrapa Milho e Sorgo, a Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG) e a Dow AgroSciences, reúne as informações tecnológicas de produção, processamento e conservação de silagem. Clique aqui para mais informações sobre como adquirir a publicação.

 

Guilherme Ferreira Viana (MTb/MG 06566 JP)Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)Contatos.: (31) 3779-1123(31) 9733-4373gfviana@cnpms.embrapa.br

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