O veterinário José Róbson Bezerra Sereno, 47 anos, pesquisador da Embrapa há 21 anos e professor do programa de pós-graduação em veterinária da Universidade Federal de Goiás, é o selecionado para ocupar a chefia-geral da Embrapa Cerrados (Planaltina –DF).

O escolhido no processo seletivo para chefe-geral trabalha na Embrapa Cerrados desde 2006 e foi gestor do Núcleo de Produção Animal por um ano. A carreira de Róbson na Embrapa teve início na Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), onde o pesquisador ocupou o cargo de chefe de comunicação entre 2003 e 2005.

Mestre em reprodução animal pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutor em veterinária pela Universidade de Córdoba, o novo chefe-geral da Embrapa Cerrados pretende fazer "uma gestão empreendedora com foco em resultados". Para adequar a Unidade ao novo Plano Diretor da Embrapa (PDE) e cumprir um mandato em conformidade com o Plano Diretor da Unidade (PDU), este último em fase final de elaboração, Róbson diz estar participando ativamente do desenvolvimento do novo PDU em consonância com o PDE e PAC da Embrapa.

Segundo o pesquisador, a inovação, novo componente da missão da Embrapa, será inserida nas atividades desenvolvidas pela Embrapa Cerrados. "Vamos internalizar e incorporar a Lei de Inovação em todas as atividades de Pesquisa e Desenvolvimento", salienta.

José Róbson enfatiza que a pesquisa precisa gerar desenvolvimento. "É o que o Brasil espera de um centro com a magnitude da Embrapa Cerrados", complementa. O desenvolvimento sustentável, buscando aliar o fortalecimento do agronegócio com a preservação ambiental, é apontado pelo pesquisador como o caminho a ser seguido pelas pesquisas.

"Vamos fortalecer os recursos naturais", comenta.Sobre a globalização e o conseqüente aumento da interação das Unidades da Embrapa com instituições estrangeiras, José Róbson afirma que as relações internacionais devem trabalhar em duas frentes.

A primeira voltada para a troca de experiências com países desenvolvidos "para alavancar projetos em parceria". A segunda, não menos importante, diz respeito à necessidade da colaboração da Unidade no combate à fome na África. O pesquisador destaca ainda que pretende padronizar a recepção às comitivas estrangeiras que visitam constantemente a Embrapa Cerrados.

O modelo de gestão a ser adotado é participativo. O pesquisador enfatiza que está aberto a opiniões e conta com a colaboração do corpo técnico da Unidade para fazer uma gestão plural. "Todos os empregados terão oportunidade iguais para auxiliar na gestão", diz.

A carreira de Róbson Sereno na Embrapa é marcada pela busca de soluções para aprimorar a pesquisa. O pesquisador lembra que, ainda no início da carreira, fez parte da equipe responsável em estruturar os campos experimentais da Fazenda Nhumirim, propriedade da Embrapa Pantanal.

O grupo de trabalho implementou um calendário profilático-sanitário como uma prática de rotina. No primeiro ano de implantação desta proposta de manejo, houve aumento de 16% na taxa de prenhez (54 para 70%), o que representou 67 bezerros a mais na receita da Fazenda Nhumirim.

Outra prática de manejo adotada foi a estação de monta para concentrar os nascimentos, facilitando os cuidados com os animais recém-nascidos, e visando também a comercialização de lotes homogêneos e concentração de mão-de-obra.

O pesquisador destaca que os cuidados sanitários com os animais, a estação de monta e o manejo reprodutivo transformaram a Fazenda Nhumirim em referência na região.

Após os 18 anos e meio dedicados a atividades de pesquisa e gestão na Embrapa Pantanal, José Róbson iniciou uma nova etapa na carreira trabalhando para a Embrapa Cerrados. O envolvimento com os colegas do Núcleo de Produção Animal, equipe que liderou em 2007, é visto pelo pesquisador como o fator motivador para ter feito a inscrição no processo seletivo para chefe-geral da Embrapa Cerrados.

"Após o planejamento estratégico e reestruturação do Núcleo, o grupo técnico me convidou para ser candidato", lembra.

O novo chefe-geral da Embrapa Cerrados foi fundador, em 1998, e representante brasileiro da Rede Iberoamericana para Conservação dos Recursos Genéticos Animais.

A Rede, que já treinou 350 pesquisadores, integra 16 países iberoamericanos e mais Itália, Estados Unidos e França, países observadores. O pesquisador ocupou o cargo de representante brasileiro da Rede até 2006 e, há pouco mais de um mês, aceitou o convite do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia para ser consultor em projetos da cadeia produtiva de lácteos e carne.

Gustavo Porpino de Araújo  (RN0648 JP)Embrapa CerradosContatos: 61 3388 9945