04/06/08 |

Técnicas agroecológicas reduzem custos na pecuária

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Um dos dilemas do assentado da reforma agrária é como alimentar o gado na época da seca. Na maioria das vezes, é necessário comprar ração ou algum tipo de forragem, o que eleva os custos de produção. Foi para resolver esse problema que a Embrapa Meio Ambiente desenvolveu o pastejo rotacionado agroecológico,adotado experimentalmente por produtores rurais assentados das regiões do Pontal do Paranapanema e Andradina, SP.

O objetivo é recuperar o solo com técnicas ecologicamente sustentáveis e oferecer alternativas de alimentação para o gado na época em que o capim está seco.

Esse sistema difere do pastejo convencional por substituir a adubação química, de alto custo, por adubação verde. Em consórcio com as gramíneas, o assentado planta leguminosas, espécies que fixam nitrogênio no solo, contribuindo para recuperar a fertilidade, além de servirem de fonte de proteína para o gado.

Segundo Luiz Octávio Ramos Filho, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o produtor não precisa adquirir uma variedade específica de capim. Ele pode trabalhar com a que já existe no seu lote. Mas, no caso da leguminosa, ele recomenda o estilosante mineirão. "É uma espécie nativa do cerrado, resistente à seca e rica em proteína", justifica.

A rotação de pastejo é outro princípio utilizado. A área de pastagem é dividida em piquetes. A quantidade de piquetes depende do tempo necessário para a recuperação do capim, variando entre 21 e 30. O gado é solto em um piquete por vez, de modo que, ao chegar ao último, o capim do primeiro já está pronto novamente para o pastejo.

Ramos Filho recomenda ainda o plantio de árvores. "O gado gosta de sombra. Não come quando está muito quente. E as árvores também podem fixar nitrogênio no solo, especialmente se forem leguminosas. Podemos chegar, inclusive, a um sistema silvipastoril", explica.

Nas experiências realizadas nos assentamentos Timboré, em Andradina, e Água Sumida, em Teodoro Sampaio, em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, os assentados têm registrado ganhos de rendimento de 20 a 30%. "O assentado sai de uma situação ruim, sem manejo e com o custo de adubação, e vai para uma situação em que tem custo menor e sustentabilidade no longo prazo", conclui o pesquisador. 

Informações do Incra:

Assessoria de Comunicação SocialTelefones: (11) 3823-8523 ou 3823-8560acs.spo@spo.incra.gov.br

 Helton Ribeiro, MTb 27.002/SPIncra/SP

Eliana Lima, MTb 22.047/SPEmbrapa Meio Ambiente

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/