O convênio de cooperação técnica, entre a Embrapa Amapá e o Governo do Estado do Amapá, a ser formalizado na quinta-feira (12) vai possibilitar a transferência de tecnologias geradas pela Embrapa Amapá, voltadas para produção de frutos de açaí, beneficiando diretamente comunidades ribeirinhas do Igarapé da Fortaleza (Macapá), de Mazagão, daColônia Agrícola do Matapi, de Laranjal do Jari, de Pedra Branca do Amapari e do arquipélago do Bailique.

A assinatura do convênio acontecerá durante solenidade de posse do novo chefe-geral da Embrapa Amapá, Silas Mochiutti, que contará com a presença do diretor-presidente da Embrapa, Sílvio Crestana.

O projeto "Desenvolvimento tecnológico de sistemas de produção de frutos de açaí para as várzeas do estuário do Amapá", elaborado pela EmbrapaAmapá, contará com apoio financeiro da Agência de Desenvolvimento do Amapá (ADAP), no valor de R$ 213 mil para atividades de formação, transferênciade tecnologias e material de divulgação. Este recurso financeiro é do projeto Comunidades Duráveis, gerenciado pela ADP e financiado pelo BancoInteramericano de Desenvolvimento (Bird).

De acordo com Silas Mochiutti, o dinheiro será investido em cursos técnicos para produtores, validação de tecnologias, instalação de unidades demonstrativas de cultivo de pomares e produção de sementes de açaímelhoradas geneticamente. Também serão produzidos folderes, cartilhas técnicas, edições de documentos técnicos, participação de técnicos envolvidos no projeto em eventos científicos e a realização de workshop.

"Estas atividades são de interesse da Embrapa Amapá, em outras ocasiões foram executadas com recursos da própria instituição, e também fazem parte dos objetivos do projeto Comunidades Duráveis (ADAP/Bird). Portanto, existe o interesse mútuo para o desenvolvimento tecnológico de comunidadesribeirinhas", acrescentou o pesquisador.

A metodologia do projeto prevê a participação de técnicos da Embrapa Amapá e de outras instituições parceiras, com o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA), o Instituto Estadual deFlorestas (IEF) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), o órgão responsável pela extensão rural no Amapá.

Experiência

Para chegar a este estágio de transferência de tecnologias em produção de frutos de açaí, a Embrapa Amapá consolidou nos últimos 10 anos suas pesquisas nesta área. Em 1998, Silas Mochiutti liderou umaequipe de onze pesquisadores da Embrapa Amapá e do IEPA na elaboração de um projeto aprovado integralmente pelo PPG7/Ministério da Ciência eTecnologia, voltado ao desenvolvimento tecnológico para a cadeia produtiva de frutos de açaí.

Na época, o Projeto Açaí, que abrangia aspectos daprodução de frutos e geração de novos produtos industriais com a polpa do açaí, captou 212 mil euros para executar ações de 2000 a 2003.

A equipe conseguiu desenvolver trabalhos de melhoramento genético – hoje a Embrapa Amapá mantém um açaizal de quase 8 hectares em Mazagão,recuperação e manejo de açaizais, cultivo de açaizais, estudos sócio-econômicos da cadeia produtiva e da colheita e processamento de frutos.

Os resultados obtidos no Projeto Açaí foram tão bem sucedidos que possibilitaram a aprovação do projeto Probem-Açaí, focado no desenvolvimento de comunidades ribeirinhas do Arquipélago do Bailique e do rio Camaipi/Vila Nova, em Mazagão.

Este segundo projeto foi viabilizado com recursos na ordem de R$ 704 mil, do Ministério do Meio Ambiente, aplicados no período de 2001 a 2004 com a participação de mais de 30 pesquisadores e técnicos da Embrapa Amapá, do IEPA, da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Setec), da Secretaria Especial de Desenvolvimento Rural (SDR), da Secretaria Estadual de Indústria e Comercio (Seicom) e do Rurap.

Dulcivânia Freitas (DRT/PB-1.063)dulcivania@cpafap.embrapa.br96-3241-1551 - Ramal 215 / 9902-9959