12/06/08 |

Levantamento quantifica perdas na soja no RS

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Um levantamento de perdas na soja causadas pela ferrugem e pela seca no Rio Grande do Sul foi apresentado nesta semana pela Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS). Os números apontam para valores próximos a R$ 2,1 bilhões nos gastos com controle de ferrugem e redução média na produtividade, que chegou a 22% devido à estiagem.

A ferrugem asiática chegou ao estado em 2001 e, desde então, ocorre praticamente em todas as regiões produtoras de soja. Para estimar o dano econômico causado pela doença na última safra (2007/2008), a Embrapa Trigo consultou 12 cooperativas, que representam 47% da área total cultivada no RS.

Segundo o levantamento, o principal critério para identificar o momento da aplicação de fungicida na soja foi o início do florescimento. Em 24% da área foi realizada uma aplicação de fungicida, em 67% da área, duas aplicações, e em 9% foram três aplicações. Os grupos químicos mais usados foram mistura de triazol e estrobilurina.

Conforme a pesquisadora Leila Costamilan, as entidades consultadas apontaram reduções de rendimento de grãos devido ao ataque da ferrugem asiática na média de um a dois sacos por hectare.

A estimativa de perdas causadas pela ferrugem considerou o seguinte cálculo: a perda de um saco (sc) por hectare (ha) de soja em 1,8 milhões de hectares (área total das cooperativas levantadas), ao preço de R$ 40/sc, e com a média de 1,85 aplicações/ha, ao custo de R$ 46,80/ha, chega-se ao total de R$ 158.580.000 na área pesquisada. Extrapolando estes valores para a área total de soja no RS em 2007/2008 (3.855.563 hectares), as perdas econômicas com a doença podem chegar a R$ 488 milhões.

Reflexos da seca

"A severidade no ataque da ferrugem foi baixa em função da seca que ocorreu no estado no início de 2008. Em comparação com o ano anterior, os gastos com o controle e as perdas de rendimento de grãos de soja foram 71% menores", explica a pesquisadora Leila Costamilan.

As cooperativas consultadas durante o levantamento confirmaram que a estiagem foi o principal fator redutor de produtividade, diminuindo a expectativa inicial de 47,2 sc/ha para 36,8 sc/ha, uma redução média de 22%. A cooperativa que relatou maiores perdas foi a Cotrirosa, da região de Santa Rosa, onde houve uma redução de 50% entre o rendimento esperado e o colhido.

A Cotrijal, de Não-Me-Toque, foi a que apresentou menores perdas (de 47 para 45 sc/ha, redução de 4%). "Provavelmente pela maior intensidade de chuvas na região", lembra o analista da Embrapa Trigo, Paulo Ernani Ferreira.

Quanto à seca, considerando a perda de 10,4 sc/ha, ao mesmo valor de R$ 40/sc, na área total do RS, os prejuízos econômicos seriam de, aproximadamente, R$ 1,6 bilhão que, somados às perdas causadas por ferrugem, elevam as perdas para algo em torno de R$ 2,1 bilhões.

Outros problemas registrados foram a ocorrência de ácaros, geadas em abril, pragas como cigarrinha-búfalo e percevejos, além da falta de dessecante no mercado no momento de maior demanda.

Joseani Antunes MTb 9693/RSEmbrapa TrigoContatos:(54) 3316 5800joseani@cnpt.embrapa.br

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