20/06/08 |

Sudão busca aprendizado em Unidades da Embrapa

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Maior país da África, o Sudão tem na agricultura, responsável por 40% do Produto Interno Bruto, a principal atividade de sua economia. Mas  tem perdido espaço para a recente exploração de petróleo e o crescimento do setor de serviços.

Por isso, o governo sudanês criou um programa para incrementar o uso de tecnologias agropecuárias e, durante toda quinta-feira (19), autoridades do país do noroeste africano visitaram duas unidades da Embrapa localizadas em Brasília, a Embrapa Hortaliças e a Embrapa Cerrados, para conhecer os avanços da pesquisa agropecuária brasileira.

A delegação contou com a presença do ex-ministro da Agricultura e responsável pelo Programa de Revitalização da Agricultura do Sudão, Ahmed All Geneif, pelo diretor de relações internacionais da Empresa de Pesquisa Agrícola do Sudão (ARC), professor Babiker El Hag Mousa e pelo executivo Khalid Omar El Sheikh, da companhia Zeidab International.

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Hortaliças, José Amauri Buso, o governo do Sudão pretende ter a empresa como exemplo de atuação. "A missão buscou informações sobre tecnologia de produção de sementes, atuação em pesquisa e transferência de tecnologias e sobre a aceitação das cultivares lançadas pela Embrapa no mercado."

Amauri Buso citou ainda a atuação da Embrapa na difusão de informações, com a publicação de diversos materiais e a produção de programas de rádio e TV, pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília-DF). Ele também ressaltou a preocupação da empresa com o fortalecimento de sua marca junto à sociedade. "A credibilidade da Embrapa é grande e isso é importante no caso de empresas de pesquisa, que gera produtos a longo prazo."

À comitiva africana, o chefe-geral da Embrapa Hortaliças deu a receita da Embrapa para o sucesso de uma empresa de pesquisa: "capacitação constante de seu corpo técnico; organização em centros de pesquisa, que cobrem a maior parte do país; um programa de Pesquisa e Desenvolvimento forte; ações de marketing institucional e a capilaridade com os diversos agentes da sociedade".

Durante a visita à Embrapa Cerrados, em Planaltina – DF, a comitiva africana trocou informações com o chefe de comunicação e negócios Roberto Teixeira Alves e conheceu as pesquisas que fazem uso de sensoriamento remoto. Alves também salientou a importância de investimento contínuo em treinamento de pessoal e apresentou o modelo de transferência de tecnologias para pequenos produtores.

O chefe de comunicação destacou que o primeiro passo no trabalho desenvolvido com agricultores familiares é organizar os produtores para que possam trabalhar de forma associada e colaborativa. A transferência de tecnologias de uso simples e que contribuam para diminuir o uso de insumos externos dá seqüência ao processo. "Mas o trabalho só é completo se houver inserção do produto no mercado", enfatizou Alves.

A comitiva sudanesa também discutiu o uso de sistemas de informações geográficas e imagens via satélite para monitorar impactos ambientais e diminuir os riscos do produtor com o zoneamento agrícola. O técnico Heleno Bezerra e o pesquisador Edson Sano explicaram todas as etapas da pesquisa e mostraram fotos de satélite do bioma Cerrado.

O empresário Khalid Sheikh já havia visitado a Embrapa Cerrados em março deste ano. Segundo ele, a primeira visita foi rica em conhecimento e serviu para incentivar os colegas do Sudão a também conhecerem as pesquisas realizadas na Unidade. Para o professor Babiker, diretor da ARC, a primeira visita a Unidades da Embrapa foi uma oportunidade de identificar linhas de pesquisa de interesse mútuo para estabelecer futuras parcerias. Antes do retorno a Brasília, Babiker mostrou interesse em retornar à Embrapa Cerrados com técnicos da ARC para conhecer a condução das pesuisas com integração lavoura-pecuária.

A ARC, que tem sua sede na capital Khartoum, desenvolve experimentos com algodão irrigado em áreas de campo de Shendi e El Kamlin desde 1902. Atualmente a empresa possui 24 linhas de pesquisa com destaque para as culturas de trigo, arroz, girassol, sorgo, milho e algodão.

As visitas de estudos do grupo sudanês prosseguem hoje (20/06) na Emater-DF e Codevasf. O grupo tem ainda uma visita agendada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, órgão responsável pela organização da viagem.

Gustavo Porpino (RN648 JP)Embrapa CerradosContatos: (61) 3388-9945gporpino@cpac.embrapa.br

Marcos Esteves (4505/14/45v/DF)Embrapa HortaliçasContatos:(61) 3385-9109marcos.esteves@cnph.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
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