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Vazio Sanitário da Soja: aproxima-se o período de adoção

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No dia 1° de julho começa o período do vazio sanitário da soja no Mato Grosso do Sul. O vazio sanitário serve para evitar que o fungo causador da ferrugem asiática da soja se multiplique durante o final da entressafra, proporcionando assim uma redução do inóculo inicial da doença na época da semeadura.

Isso é possível porque o fungo que causa a ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) é um microrganismo biotrófico (um parasita obrigatório), e, sendo assim, só se reproduz em plantas vivas, não sobrevivendo por muito tempo na ausência destas. Reduzir o inóculo inicial da ferrugem é muito importante, pois o fungo se reproduz muito rapidamente e a quantidade de esporos (propágulos do fungo) só vai aumentando durante a safra. Então, quanto mais se conseguir atrasar a doença, mais fácil será seu controle.

Ao todo, são nove estados produtores de soja onde o vazio sanitário é obrigatório. Em MS, GO, TO, SP e MG a proibição de cultivo e obrigação da destruição de plantas voluntárias de soja inicia-se dia 1° de julho. No MT e no PR, o vazio sanitário já começou em 15 de junho, e no MA e na BA começa em 15 de agosto. Exceto no MA e BA, onde o período é de 60 dias, nos demais estados o período do vazio sanitário da soja é de 90 dias. Esse tempo é suficiente para que os esporos do fungo, que ficaram no ambiente após a colheita das lavouras ou destruição das plantas voluntárias de soja, percam a capacidade de infectar novas plantas, ou seja, se tornem inviáveis.

Sabe-se que o inóculo da doença pode vir através de correntes aéreas, de estados e países vizinhos ou até de regiões mais distantes. No entanto o inóculo local, ou seja, produzido na própria microrregião, tem forte influência sobre a época e intensidade de ocorrência da ferrugem. Além disso, na medida em que aumenta a adesão de estados e até de outros países ao vazio sanitário, aumentam as chances de que as lavouras de soja sejam implantadas num ambiente mais favorável, com menos ferrugem.

As leis estaduais que regulamentam essa prática de controle da ferrugem, além de muitas outras informações sobre o manejo desta doença, encontram-se no endereço eletrônico do Consórcio Antiferrugem: www.consorcioantiferrugem.net. Mais informações sobre o vazio sanitário da soja no Mato Grosso do Sul (Lei estadual N°3.333) podem ser obtidas junto a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal - IAGRO, no endereço eletrônico www.iagro.ms.gov.br. O IAGRO também disponibiliza um telefone para orientar os sojicultores, relatar situações de emergência e efetuar denúncias. O número é 0800-647-2788.

Para o controle das plantas voluntárias de soja (guaxas ou tigueras), algumas considerações são importantes, entre elas, diminuir ao máximo as perdas de grãos durante a colheita e transporte da soja, reduzindo assim o número de plantas de soja germinadas.

Com relação ao controle das plantas de soja, o ideal é que este seja feito através do uso da terra para cultivo de outras plantas, seja para produção de grãos, para adubação verde, cobertura do solo, pastagens, etc., ou seja, através do controle cultural.

Quanto ao controle químico, não existe até o momento nenhum herbicida registrado para esta finalidade. Entretanto, sabemos que os herbicidas a base de glifosate são altamente eficientes no controle da soja não transgênica em qualquer estádio de desenvolvimento. Para a soja transgênica, alguns princípios ativos têm sido utilizados, como atrazina, metsulfuron methyl, paraquat e diquat.  Contudo, a eficiência de controle desses produtos é questionável, atingindo níveis aceitáveis somente nos estádios iniciais de desenvolvimento da soja, onde sem dúvida, o paraquat e o diquat são os mais eficientes.

Dalízia Aguiar (DRT/MS 28/03/14)Embrapa Agropecuária Oeste(67) 425-5122/ R233 - dalizia@cpao.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/