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Embrapa mostra seis tecnologias no Frutal Amazônia

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A Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA) apresenta seis tecnologias esta semana (de quinta a domingo) no que é considerado o maior evento do agronegócio da Amazônia, reunindo duas feiras de uma só vez: a  Frutal, em seu terceiro ano consecutivo de realização na região, e a Flor Pará, na oitava edição.

A programação da Semana de Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, promovida pelo Instituto Frutal, com sede no Ceará, e pelo governo do Estado do Pará, acontece nos dias 26 a 29 próximos, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. O tema deste ano é focado na cidadania e desenvolvimento sustentável.

No estande da Embrapa, o público em geral poderá conhecer melhor as tecnologias do vinho de taperebá, do estruturado de açaí, dos sucos mistos com frutas tropicais, da BRS Pará (cultivar de açaí de terra firme); clones de cupuaçuzeiro tolerantes à vassoura-de-bruxa e métodos para propagação de fruteiras.

A programação técnica, dirigida a um público mais específico, inclui palestras, painéis, seminários e cursos. Vários pesquisadores da Embrapa participam da programação no segmento de frutas e agroindústria. Fazem palestras: Osvaldo Ryohei Kato (Manejo de áreas alteradas com a utilização de fruteiras, quinta, 14h, sala 3); Maria do Socorro Padilha de Oliveira (Avanço no programa de melhoramento do açaí, sexta, 14h, sala 11); Marcus Arthur Marçal de Vasconcelos (Boas práticas para processamento de frutas, sábado, 14h, sala 3).

Da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE), o pesquisador Raimundo Braga Sobrinho vai abordar o tema "Certificação para o mercado internacional" durante o seminário setorial sobre certificação de produtos agrícolas marcado para a quinta-feira, das 14 às 17h, na sala 11.

Durante três dias (26 a 28, das 8 às 12h) o pesquisador João Tomé de Farias Neto participa como um dos instrutores do curso sobre irrigação e fertilização em fruteiras (curso pago, mediante inscrição antecipada na secretaria do evento, no Hangar, das 8 às 17h do dia 25).

Na quinta-feira à tarde (14 às 17h, sala 10), o pesquisador Sílvio Brienza Júnior faz uma apresentação sobre "Alternativas de recuperação do passivo ambiental em áreas degradadas", juntamente com outros participantes do painel sobre cidadania e desenvolvimento sustentável.

Em 2007, de acordo com os organizadores, as feiras Frutal e Flor Pará, realizadas em Belém, reuniram 32 mil visitantes e R$ 39 milhões foram negociados nos quase 300 estandes e na rodada internacional.   

Inovações Tecnológicas

Vinho de Taperebá - Como alternativa para as regiões que não possuem condições propícias para obter um vinho de boa qualidade a partir de uvas, a Embrapa Amazônia Oriental desenvolveu uma técnica para obtenção de vinho utilizando frutas típicas regionais, como o taperebá, ou cajá. Como qualquer bebida alcoólica, deve ser consumida com moderação. Como a tecnologia para a obtenção do vinho de taperebá é relativamente simples, pode ser adotada inclusive por produtores rurais, desde que todas as etapas de processamento sejam expressamente respeitadas para garantir a segurança e qualidade do produto final.

Estruturado de Açaí - Os estruturados podem ser considerados exemplos de industrialização de matérias-primas a baixo custo. São obtidos do purê de frutas devidamente formulado para a obtenção de produtos nutritivos e de maior valor agregado. O procedimento consiste na gelatinização da matéria-prima, proporcionando textura, sabor e aspecto agradáveis ao produto final. O estruturado de açaí, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental, mantém as características sensoriais, nutricionais e funcionais da fruta. 

Sucos mistos a partir de frutas tropicais -  Conhecidas por "blends", as misturas de sucos feitas com a finalidade de melhorar as características dos componentes das frutas potencializam aspectos nutricionais, como os teores de vitaminas ou as características funcionais, além de apresentarem sabor atrativo e não conterem conservantes.  A Embrapa Amazônia Oriental apresenta três sucos tropicais mistos. Um deles é o "Blend Tropical", feito com taperebá, maracujá e acerola. Outro é o "Blend Exótico", que mistura cupuaçu, camu-camu e guaraná. O terceiro é "Blend Graviola-Acerola".

Cultivar de açaí BRS Pará - A primeira cultivar de açaí de terra firme do País – a BRS Pará - é fruto de pesquisas da Embrapa Amazônia Oriental, lançada em 2004. Essa tecnologia facilita a colheita, contribui para melhorar a eficiência operacional e antecipa o retorno do investimento. Suas principais características são a alta produtividade: dez toneladas por hectare aos oito anos de idade; precocidade: início da produção aos três anos, o que representa um ano a menos em comparação aos cultivos existentes; bom rendimento de polpa: entre 15 e 25%; primeira frutificação a uma altura média de 1,12 m do nível do solo.

Clones de cupuaçuzeiro tolerantes à vassoura-de-bruxa - O cupuaçuzeiro é uma fruteira típica da região amazônica, cujo fruto tem grande aceitabilidade no mercado internacional, podendo ser utilizada na forma de suco, sorvete, doce, compota, geléia e licor.  Para combater a vassoura-de-bruxa – doença causada pelo fungo Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer e que provoca em média uma perda de 70% da produção apenas no Estado do Pará - a Embrapa Amazônia Oriental lançou, em 2002, quatro clones de cupuaçuzeiros tolerantes à vassoura-de-bruxa, dando-lhes o nome de importantes cidades da Amazônia: Belém, Codajás, Coari e Manacapuru. A utilização dos clones selecionados aumenta a produção de dez para 15 frutos por planta ao ano e apresenta 40% a mais de rendimento de polpa. Além desses benefícios, reduz os custos de produção por causa da eliminação das etapas de combate à doença, como a poda, queima e aplicação de fungicidas.

Propagação de fruteiras - A propagação de espécies frutíferas é uma linha de trabalho que a Embrapa Amazônia Oriental desenvolve há mais de 20 anos. Em relação à propagação por semente, que é a técnica normalmente utilizada por agricultores da região, as vantagens da propagação assexuada (estaquia ou enxertia) são: obtenção de  plantas mais homogêneas, de menor porte (facilitando a colheita), frutos de melhor qualidade e redução de 40% no tempo de início da produção. Entre as fruteiras nativas da Amazônia, a pesquisa estabeleceu técnicas eficientes para a propagação do açaizeiro, abieiro, cupuaçuzeiro, murucizeiro, taperebazeiro, pequiazeiro, castanheira-do-brasil e pupunheira. Entre as exóticas (introduzidas de outros países) estão o abricoteiro, gravioleira, jambeiro, mangostãozeiro e rambotãzeiro.

Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)JornalistaEmbrapa Amazônia OrientalContatos: (91) 3204 1200 – izabel@cpatu.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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