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Seminário debate novas perspectivas para seguro rural

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"Ao falarmos de seguro rural, pensamos basicamente em clima e mercado, mas, é importante fazer uma reflexão de um outro ponto de vista", falou José Tadeu Jorge, reitor da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, na abertura do Seminário: "Riscos e Gestão do Seguro Rural no Brasil", nessa quarta-feira (24/06), no Instituto de Economia da Unicamp em Campinas, SP.

Ele provocou uma platéia de aproximadamente 200 pessoas formada por representantes de várias áreas do agronegócio, seguradoras e instituições públicas ligadas ao setor agrícola com a pergunta: "Se tudo der certo com os fatores clima e mercado, todos os problemas do agronegócio estarão resolvidos?". "Acredito", disse o reitor, "que a missão das seguradoras no item seguro rural deve ser a de olhar toda a cadeia produtiva e identificar riscos também na pós-colheita, estendendo o seguro rural a todas as etapas do agronegócio, para evitar perdas e desperdícios da safra."

Sílvio Crestana, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento ressaltou a importância do Seminário. "É bom estar aqui com as seguradoras, instituições públicas, produtores e agentes do agronegócio num chão comum (sic), nos unindo para discutirque caminhos percorrer para que a pesquisa colabore nas definições de métodos quantitativos confiáveis para as avaliações do seguro rural", disse.Segundo Crestana, a Embrapa tem o maior interesse nos resultados da reunião. "Daqui, partirão demandas para as instituições de pesquisa que colaboraram também neste setor".

"O agronegócio responde por 37% dos empregos brasileiros. Em 2007 foi responsável por 59 bilhões na exportação de produtos agrícolas. No panorama mundial, o Brasil responde por 86% das exportações de laranja, 39% do etanol, 40% na avicultura, 33% da carne e por aí vai", disse Luis Carlos Guedes Pinto, vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil. Para ele, o negócio agrícola é composto de vários setores como a indústria de defensivos e máquinas agrícolas, que, cada vez mais, dependem do sucesso do empreendedor rural. Se o produtor não tiver o suporte necessário para sua sobrevivência, todo o sistema entra em colapso.

Esta última renegociação custou R$ 7 bilhões aos cofres públicos.  Na visão de Luis Carlos, é necessário pensar em maneiras para diversificar e ampliar as fontes de financiamento. "O seguro rural precisa ser difundido. Seu objetivo é garantir o produtor no caso de sinistro e isso deve ser aperfeiçoado", ressaltou. Ao concluir, Guedes opinou que  momento é excepcional para discutir a questão da dívida agrícola. "É preciso organizar melhor o setor público e privado, aperfeiçoar os vários instrumentos da política agrícola, entre eles o seguro rural que ocupa lugar de destaque neste cenário."

Para Pedro Abel, pesquisador da Embrapa Transferência de Tecnologia e um dos organizadores do evento, a agricultura, diferentemente da indústria, é uma fábrica a céu aberto onde, uma vez investido o capital, não há como retroceder, só restando ao produtor rural torcer para que tudo dê certo. "Uma das limitações para o seguro rural evoluir é a organização das informações dos vários setores da cadeia produtiva, por isso, esse seminário é importante na medida em que estamos reunindo representantes de todos os segmentos do agronegócio", afirmou.

Na mesa de abertura estavam presentes também Wellington Soares de Almeida, diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento; Carlos Américo Basco, representante do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura – IICA; Mariano Francisco Laplane, diretor do Instituto de Economia da Unicamp; Carlos Alberto de Figueiredo Trindade Filho, vice- presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais; e Cláudio Contador, diretor da Escola Nacional de Seguros.

O seminário é promovido pelo Instituto de Economia da Unicamp, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, por meio das unidades Embrapa Transferência de Tecnologia, Embrapa Informática Agropecuária e Embrapa Meio Ambiente;  Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA, Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização Fenaseg, Federação Nacional de Seguros Gerais - FenSeg e a Escola Nacional de Seguros Gerais – Funenseg.

Vera Scholze Borges (MTb 72462 )Embrapa Transferência de Tecnologia – Escritório CampinasContatos: (19) 3232-1955vera@campinas.snt.embrapa.br  Colaboração: Carmem Moraes

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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