26/06/08 |

Embrapa apresenta programa de P&DI em pinhão manso

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Durante dois dias, pesquisadores da Embrapa e de várias instituições de pesquisa do Brasil e do Mundo discutiram sobre uma espécie potencial para o mercado de biodiesel, o pinhão manso (jatropha curcas), no I Jatropha World Congress 2008. O evento internacional realizado em Palmas/TO, na última semana, abrigou o "I Workshop Público/Privado de P&DI Jatropha para a Produção de Biodiesel", coordenado pela Embrapa Agroenergia (Brasília/DF).

A apresentação do chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, abordou os principais pontos para estruturar um programa de melhoramento para a obtenção de novas cultivares, a fim de  viabilizar os sistemas de produção de pinhão manso em diferentes regiões do Brasil, além de criar domínio tecnológico da espécie. "Mostramos as bases do programa de melhoramento de pinhão manso, em rede de P&DI, que a Embrapa lidera, e que tem as características de definir a variabilidade genética de inúmeros acessos ao pinhão manso, utilizando descritores botânicos (componentes de rendimento e características agronômicas) e ferramentas de biologia avançada", explicou.

Segundo o pesquisador, a idéia é definir os critérios e descritores mínimos para o registro de cultivares e para organizar as bases do programa de melhoramento da espécie, com seleção assistida por marcadores. "Há necessidade de ser definir os critérios para a parceria público-privada, em P&DI, produção e uso de matéria-prima, processos, produtos e resíduos/co-produtos no negócio de biodiesel, e esses são os reais interesses da Embrapa em co-editar e participar de evento como este", explicou. 

Para Durães é preciso investir em pesquisa de novas matérias-primas para a produção de biodiesel, considerando o Programa Biodiesel Brasil 10 anos. Atualmente, dentre todas as oleaginosas, a soja desponta como a maior contribuinte para a produção de matéria-prima, porém, segundo ele, a pesquisa nacional está trabalhando forte para resolver os gargalos técnico-científicos em outras espécies de alto desempenho agronômico, bem como para entender e promover as facilidades de logística de produção e uso, em distintas regiões do país.

A disponibilidade de matéria-prima seria um desses gargalos, de acordo com o pesquisador. Por isso a aposta em parcerias público-privadas no Brasil, e na cooperação técnico-científica internacional para encurtar caminhos, poupar esforços e evitar desperdícios. "É uma forma de acelerar o processo de obtenção de novas cultivares e ampliar a probabilidade de êxito dos sistemas de produção sustentáveis", comentou.

O objetivo do workshop foi discutir cinco pontos principais: o mapeamento de aptidão da cultura (zoneamento preliminar); o banco ativo de germoplasma de Jatropha, a fim de obter a maior variabilidade genética possível da espécie para subsidiar trabalhos de melhoramento; descritores botânicos e genéticos da cultura; destoxificação da torta (subproduto do processo de extração do óleo), que apresenta fatores antinutricionais, alergênicos e tóxicos; e a agenda de pesquisa, desenvolvimento e inovação, em rede, envolvendo os esforços público e privados.

Além de mostrar as características e o potencial do pinhão manso, Durães apresentou também os problemas e riscos existentes, a situação atual, perspectivas de pesquisa e as possibilidades de parceria, além da cooperação técnica e financeira.

O Congresso teve a participação de cerca de 500 pessoas, representantes de instituições de pesquisa, como Embrapa (Agroenergia, Cerrados, Cenargen, Meio Norte, Algodão, Semi-Árido e Pecuária Oeste), de Institutos (Epamig, IAPAR, IAC, EBDA, Empaer, Emater, Sebrae, IEL-TO, Ruraltins, Seagro, ABPPM, ULBRA), de Agentes Financeiros (Banco da Amazônia), de Universidades, da Casa Civil da Presidência da República, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério de Ciência e Tecnologia  de Cuba, e de representantes técnicos e empresariais de 19 países.

O documento resultante da reunião está disponível em CD Rom. Nele estão as contribuições sobre diversos temas de pesquisa, em três vertentes: agronômica, industrial e transversal.

Workshop Interno

O trabalho apresentado em Tocantins é fruto de reuniões e esforços realizados desde o ano passado entre pesquisadores da Embrapa. As discussões sobre o tema tiveram início  em julho de 2007, e desde então, foram mais quatro encontros. A ação corporativa culminou em um documento sobre o estado da arte da cultura do pinhão manso.

Em fevereiro deste ano, os pesquisadores discutiram sobre as políticas públicas para a produção da espécie. A idéia foi embasar as estratégias de ação a partir dos resultados técnico-científicos. O balanço do trabalho está disponível em um CD.  Para o  chefe de P&DI da Embrapa Agroenergia, Esdras Sundfeld, "com o programa de P&DI, será possível definir tecnologias e estratégias específicas para a inserção do pinhão manso na cadeia produtiva do biodiesel."

Juliana Freire (MTb 3053/DF)Contato: (61) 3448-4039juliana.freire@embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/