11/07/08 |

Embrapa Instrumentação participa da SBPC com tecnologias e palestra

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A convite do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresenta a Fossa Séptica Biodigestora e o Clorador Embrapa na Mostra de Ciência e Tecnologia (ExpoT&C). A Mostra integra a 60ª Reunião Anual da Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá entre 13 e 18 de julho, na Unicamp. O pavilhão da ExpoT&C tem 6.600 m2 de área construída e está montado ao lado do Ginásio Multidisciplinar da Unicamp, palco da abertura oficial do evento e da apresentação de pôsteres.

O sistema Fossa Séptica Biodigestora é uma fórmula simples e barata de tratar o esgoto na zona rural que a Embrapa Instrumentação Agropecuária descobriu. O sistema consiste em desviar a tubulação dos vasos sanitários para caixas de amianto, nos quais os coliformes fecais são transformados em adubo orgânico, pelo processo de biodigestão. Com isso, além do lençol freático não ser contaminado pela chamada fossa negra, comum na zona rural, ainda é possível se ter adubo orgânico de qualidade para ser usado nas plantações, preparo de viveiros, entre outros. Para cada família de cinco pessoas são necessárias três caixas de cimento amianto de mil litros cada, conexões, tubos pvc, válvulas, registros, adesivo para pvc, borracha para vedação, entre outros materiais, que devem ser adquiridos pelos interessados.

Os visitantes da SBPC terão a oportunidade de conhecer uma maquete da Fossa Séptica Biodigestora e Clorador Embrapa no estande do MCT.

Combustíveis de fontes renováveis

Na quarta-feira, 16, a partir das 16h15, o pesquisador Luiz Alberto Colnago participa da mesa-redonda "Combustíveis de fontes renováveis" na sala PB 13 do Ciclo Básico II, que contará ainda com o professor Murilo Daniel de Mello Innocentini da UNAERP e Maria Cristina Espinheira Saba da Petrobrás. Colnago vai abordar a produção de derivados de óleos vegetais para substituição ao óleo diesel e o uso da técnica de ressonância magnética que a Embrapa Instrumentação Agropecuária emprega para medida ultra-rápida da quantidade e da qualidade dos óleos vegetais em sementes intactas. Embora algumas tecnologias estejam bem avançadas, com empresas comercializando unidades de produção de biodiesel, para uso local, com produção de alguns litros por hora, até unidades de grande porte com produção de milhares de litros/dia, há dois graves problemas do ponto de vista de produção de óleos vegetais que poderão retardar ou dificultar o uso de derivados de óleos vegetais como combustível, segundo o pesquisador. O primeiro problema apontado por ele é em relação à produtividade de óleo das espécies cultivadas. "Hoje, as principais fontes de óleos vegetais para biodiesel são: a soja, mamona, girassol, algodão, amendoim, que produzem menos ou até cerca de uma tonelada de óleo por hectare por ano. Esta produtividade não é suficiente para atender a demanda do mercado e nem é economicamente sustentável". Colnago lembra que o dendê é a única cultura comercial disponível no país, que tem alta produtividade, com potencial de produção de mais de cinco ton/ha/ano, mas o dendê só é cultivado na região amazônica, devido a sua alta demanda hídrica.

Outro problema que o pesquisador levanta é relativo à qualidade dos óleos vegetais disponíveis. "Os óleos de soja, girassol, algodão etc, têm alta concentração de ácidos graxos poliinsaturados, que são indesejáveis para uso como combustível, pois têm baixa estabilidade química, baixo número de cetano (índice de qualidade do diesel) e levam a maior depósito de carbono do que os ácidos graxos monoinsaturados ou saturados. Por exemplo, esses óleos não atendem as especificações das normas da ASTM (EUA) e EN (União européia) para uso na produção de biodiesel". No caso do óleo de mamona, Colnago informa que o problema é a alta concentração de ácido ricinoleico, que torna o seu biodiesel muito viscoso, podendo levar a um rápido entupimento dos filtros de combustível e dos bicos injetores, sendo o óleo de dendê o único a atender as normas de qualidade da matéria-prima (ASTM, EN) para produção de biodiesel, entre as fontes comercialmente disponíveis.

Como há uma demanda crescente e urgente de obtenção de cultivares de alta produtividade e alta qualidade de óleo, para as outras regiões brasileiras, incluindo a região semi-árida do nordeste, o pesquisador afirma que será necessário o melhoramento genético das plantas cultivadas para alto óleo e alta qualidade e ou  identificação e seleção de plantas silvestre (como pinhão manso, macaúba, pequi, tucumã etc) que podem ter alta produtividade de óleo/ha/ano. "Para que os programas de melhoramento/seleção de novas plantas sejam rápidos, serão necessárias dezenas de milhares de análises do teor de óleo de sementes por ano, já que os métodos de análise de óleo hoje disponíveis são bastante lentos para essa tarefa. Os mais rápidos chegam acerca de três análises por minuto".

Para agilizar as análises está sendo desenvolvida na Embrapa Instrumentação Agropecuária,  em colaboração com o Instituto de Química de São Carlos/USP, Departamento de Química da Universidade Federal Fluminense e com o Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco, tecnologias de Ressonância magnética para  medida ultra-rápida da quantidade e da qualidade dos óleos vegetais em sementes intactas. Essas tecnologias, segundo o pesquisador,  têm potencial para analisar o teor de óleo em mais de dez mil sementes por horas. "A medida da qualidade do óleo é mais lenta, cerca de 300 amostras por hora, o que ainda é dezenas de vezes mais rápido que as que estão atualmente disponíveis".

  Joana Silva  - Mtb 19554Embrapa Instrumentação AgropecuáriaContatos: (16) 2107 2813 / 9994 6160

 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/