17/07/08 |

Óleos de mamona e de soja têm preços próximos no mercado mundial

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A cada dia que passa, aumenta a competitividade do óleo da mamona em relação aos seus principais concorrentes , como o da soja, por exemplo. É o que mostra um relatório feito pela consultoria internacional de óleos vegetais, Oil World, que apontou, recentemente, uma aproximação nos preços dessas duas matérias primas no porto de Rotterdan (Holanda), onde a tonelada do óleo de mamona custa US$ 1.650 e o da soja US$ 1.550.

A política mundial de preços de biocombustíveis e a viabilidade crescente da produção da mamona para fins combustíveis deverão se tornar uns dos temas centrais do 3º Congresso Brasileiro da Mamona, promovido pela Embrapa Algodão, Secretaria de Agricultura da Bahia (SEAGRI) e parceiros no período de 4 a 7 de agosto em Salvador (BA). "Por muito tempo se difundiu a idéia de que o óleo da mamona seria inviável para produção de biodiesel por ter um preço muito acima da média das demais oleaginosas, mas hoje essa realidade mudou no mercado mundial e com o uso de tecnologia adequada no futuro o óleo de mamona será até mais barato que os outros", diz Liv Soares, especialista na cultura.

No cenário mundial, o Brasil já é o terceiro maior produtor de mamona, com cerca de 170 mil hectares cultivados, segundo os últimos dados da Conab. China e Índia lideram a lista dos maiores produtores mundiais da oleaginosa. No entanto, o país produz hoje menos de 70 mil toneladas de óleo de mamona por ano, o que representa cerca de 5% da demanda brasileira por biodiesel, que é de 1,2 milhões de toneladas por ano.

No dia 5 de agosto, uma mesa-redonda, no referido evento, vai discutir a utilização da mamoneira na cadeia produtiva do biodiesel e ricinoquímica. Entres os palestrantes estão confirmadas as presenças de Carlos Nagib Khalil (PETROBRAS), Pauletti Rocha (Brasilecodiesel), representantes das indústrias de biocobustíveis, Adrian Hanzi (Bom Brasil) e Hilton Barbosa Lima (Comanche) representantes das indústrias ricinoquímicas. "A idéia é fazer com que os principais representantes dessa cadeia produtiva e das empresas ricinoquímicas discutam as possibilidades da mamona nesse cenário econômico", diz Odilon Reny, coordenador-técnico do 3º CBM.

Liv Soares destaca ainda que a mamona tem uma vantagem competitiva para a produção de biocombústiveis já que, diferente da soja e da canola, não compete diretamente com a produção de alimentos. "Atualmente essa é uma questão importante quando o assunto é a produção dos biocombustíveis", pondera o pesquisador. Além disto, a alta mundial nos preços de alimentos tem contribuição preponderante, já que, dos óleos utilizados para biocombustíveis, o de mamona é o único não comestível.

Com o aumento da demanda pelo castor oil (como o óleo de mamona é conhecido no mercado internacional), existe uma tendência no Brasil para que a agricultura de base empresarial também comece a investir nesse cultivo em áreas mais extensas.

A pesquisa feita pela Embrapa tem apostado na busca de variedades com melhor produtividade, precocidade e com teor e qualidade de óleo superior aos das atuais cultivares. Na unidade de pesquisa da estatal em Campina Grande (PB), os pesquisadores buscam também a obtenção de plantas com porte baixo, mais resistentes à seca e às doenças comuns à cultura.

É o caso da BRS Energia, lançada em 2007 e desenvolvida em rede pela Embrapa Algodão, EBDA e Emparn. Tem porte baixo, em torno de 1,40m, ciclo entre 120 e 150 dias e frutos indeiscentes. As sementes pesam entre 0,40g e 0,53g com as cores marrom e bege, contendo 48% de óleo. A produtividade média experimental foi de 1.800 kg por hectare. "Os testes foram realizados nos Estados do Ceará, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia. A cultivar ainda está sendo validada em outras regiões do país e para colheita mecanizada. O descascamento das sementes só pode ser feito em máquinas", detalha a pesquisadora Máira Milani, responsável pela pesquisa que originou a BRS Energia.

Dalmo Oliveira (MTb/PB N.º 0598)

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