18/07/08 |

Embrapa auxilia produtores de alho

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A Embrapa Hortaliças (Brasília - DF) e a Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa) assinaram nessa quinta-feira (17) um acordo de cooperação para introduzir a tecnologia do alho-semente livre de vírus nas principais áreas produtoras do Brasil. O contrato prevê a substituição dos bulbilhos utilizados atualmente por materiais de alta qualidade fitossanitária da variedade Chonan.

Segundo o acordo, nos próximos três anos, 4.000 bulbilhos serão transferidos para serem multiplicados por produtores indicados pela Anapa. Já em 2008, foram repassados 867, que estão plantados no município de Cristalina (GO) (foto). Além da cultivar Chonan, o contrato prevê a transferência de outros materiais de alho nobre importantes para o setor.

Os produtores também vão aprender a multiplicar o alho-semente em suas propriedades, garantindo a qualidade e a autonomia da produção. Essa tecnologia já foi testada com pequenos produtores da Bahia e de Minas Gerais e resultou em um aumento médio de 100% na produtividade e num incremento na qualidade do produto.

Para o presidente da Anapa, Rafael Jorge Corsino, isso deve se repetir com o novo projeto. "O aumento da qualidade vai gerar um aumento na produtividade pois os bulbilhos são mais sadios e também haverá uma redução de custos para o produtor", explica.

O chefe-geral da Embrapa Hortaliças, José Amauri Buso, tem a expectativa de que o produtores adotem rapidamente o alho livre de vírus. "Como os produtores beneficiados pelo acordo já estão habituados a utilizar recursos tecnológicos, haverá menos resistência à tecnologia e sua taxa de adoção poderá ser mais rápida, em comparação com os trabalhos realizados anteriormente", explica.

Adoção lenta

Mas o consumidor deverá esperar até a chegada do alho livre de vírus aos mercados. De acordo com José Amauri Buso, em virtude de características da planta, a obtenção dos bulbos de alta qualidade é um processo lento. Até a substituição completa das sementes antigas pelas livres de vírus são três anos. Mas isso não quer dizer que o consumidor verá o produto em 2012.

"Creio que essa tecnologia vai demorar cerca de seis anos até chegar ao consumidor. Isso porque o alho livre de vírus será tão melhor que o produto atual, que ele será vendido como semente para outros produtores", afirma Amauri Buso. Para o pesquisador, não é possível ser mais rápido, mas o processo de substituição pode ser ampliado, atendendo um maior número de produtores, desde que haja novos investimentos.

A corrida por mais produtividade e qualidade é uma das estratégias que a cadeia produtiva do alho está adotando para enfrentar a concorrência de produtos importados, que colocam em risco os agricultores brasileiros. Segundo o presidente da Anapa, a produção nacional corre risco de desaparecer devido à venda de alho importado por preços abaixo do custo (dumping), que pode acabar com a concorrência nacional, gerando um monopólio. "Se o governo não tomar uma providência rápida para regular a importação de alho, corre-se o risco de essa tecnologia nem ser usada."

--Marcos Esteves (DRT 4505/DF)Embrapa HortaliçasTelefone: (61) 3385-9109E-mail: marcos.esteves@cnph.embrapa.br

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