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Pesquisa latino-americana discutirá futuro da mamona

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O 3º Congresso Brasileiro de Mamona, que ocorre no período de 4 a 7 de agosto em Salvador (BA) vai se transformar num espaço estratégico para a pesquisa científica e tecnológica sobre a cultura da mamona na Américas Latina. Dentro do evento ocorrerá a primeira "Reunión Latino-americana sobre Investigación y Promoción de Higuerilla".

"O mundo todo está procurando alternativas para substituir os combustíveis fósseis e esta busca está ainda mais intensa nos últimos meses devido ao alto preços que o petróleo atingiu. O Brasil se destaca no cenário mundial por ter desenvolvido um ambicioso e bem sucedido programa de produção de etanol e por estar atualmente implementando um novo projeto para produção de biodiesel", comenta o pesquisador da Embrapa Algodão e um dos organizadores da reunião no Brasil, Liv Soares Severino.

Em vários países da América do Sul, América Central e Caribe a mamona também foi escolhida como uma das culturas agrícolas para fornecimento de óleo e por esta razão o 3º CBM abre espaço para a internacionalização da troca de informações sobre as pesquisas agropecuárias nesse campo.

Entre os participantes da reunião estarão o agrônomo Cesar Adams Urbina Oviedo, pesquisador do Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária y Forestal e coordenador do Programa de Promoção de Mamona em El Salvador, e a agrônoma Alina Alexandra Villalobos Camacho, pesquisadora do Instituto Nacional de Investigación Agrícola e coordenadora do Programa de Pesquisa da Mamona na Amazônia Peruana, na região de Pucallpa, no Peru.

"Estes dois programas de promoção são apoiados pelo Brasil através da Agência Brasileira de Cooperação, ligada ao Ministério das Relações Exteriores. Além de Peru e El Salvador, estarão presentes pesquisadores, agricultores e empresários da Colômbia, Venezuela e Chile", adianta Liv.

Ele diz que o crescimento da produção de biodiesel nos países da região é um fato importante para o futuro do programa brasileiro deste biocombustível, pois ajuda a torná-lo uma commodity internacional, o que facilita a comercialização entre os países e aumenta a segurança de suprimento e equilíbrio dos preços. "Uma das dificuldades para o crescimento das exportações de etanol é que poucos países além do Brasil são fornecedores deste produto e nenhuma nação quer se tornar dependente de um combustível que somente um país pode fornecer. Por isso, desde já estamos incentivando outros países a entrarem neste mercado", afirma o pesquisador da Embrapa Algodão.

Ano passado um grupo de empresários e técnicos de El Salvador e do Peru esteve no Brasil para conhecer de perto a experiência do país com a cultura dessa oleaginosa. Entre os visitantes estava José Roberto Ugarte, diretor técnico de uma empresa salvadorenha chamada "Bioenergia", de capital misto, sendo 55% da iniciativa privada e 45% do governo daquele país. "Deveremos ocupar cerca de 25 mil hectares com o cultivo da mamona, principalmente em terras menos valorizadas", revela o empresário.

Outro visitante estrangeiro empolgado com as perspectivas da mamona em El Salvador era o representante da Confederação Nacional das Cooperativas Campesinas, Eleazar de Jésus Benties. "Temos 50 cooperativas associadas que podem produzir mamona em mais de cinco mil hectares inicialmente", garantiu o produtor na ocasião.

Para o Peru o cultivo da mamona vai além da questão meramente econômica. O país pretende incentivar os agricultores que fazem cultivos ilegais, como o de coca, a substituírem pela mamona. "O desenvolvimento da cultura da mamona pode representar uma excelente alternativa às economias ilegais no Peru", garante Juan Del Aguila, da Comissão Nacional de Desenvolvimento de Vida Sem Drogas do país andino.

Mais informações sobre o 3º Congresso Brasileiro de Mamona podem ser obtidas no telefone (83) 3315-4380. Na internet, o endereço é www.cnpa.embrapa.br/cbm.

--Dalmo Oliveira (DRT 0598/PB)Embrapa AlgodãoTelefone: (83) 3315-4361E-mail: imprensa@cnpa.embrapa.br

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