O Brasil a cada dia intensifica mais suas ações no Haiti, desta vez, uma comissão brasileira visita o país para avaliar sua situação agrícola e alimentar, identificando tecnologias adequadas às necessidades e características do país. A viagem de 15 dias faz parte do acordo de cooperação entre os dois países que prevê a elaboração e a implementação de um programa estratégico nas áreas de segurança alimentar e de agricultura.

A equipe, coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC-MRE), é formada por especialistas e técnicos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Universidade Estadual de Santa Cruz, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

De acordo com a proposta, assinada entre Brasil e Haiti, o programa propõe ações, para os próximos três anos, em temas como a introdução e avaliação de variedades vegetais para o desenvolvimento agrícola e energético; a disponibilização de conhecimentos e tecnologias para a melhoria dos sistemas de produção de frutas e hortaliças; o controle de propagação de doenças fitossanitárias; a otimização do uso de recursos hídricos; o apoio ao ensino, pesquisa, assistência técnica e extensão rural e a formulação de políticas públicas para a promoção da agricultura familiar e da segurança alimentar e nutricional.

A partir desse diagnóstico uma agenda de transferência será estabelecida disponibilizando, conforme a demanda, consultorias especializadas, apoio técnico, treinamentos e aquisição de equipamentos e materiais.

Analista em transferência de tecnologias do arroz, o engenheiro agrônomo Raimundo Ricardo Rabelo da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), integra o grupo de especialistas e embarca na expectativa de voltar do país latino-americano com projetos direcionados para o aprimoramento do arroz de terras altas e integração lavoura-pecuária, atividades pouco adotadas na região.

Haiti – desde 2004, o país caribenho sofre intervenção das Organizações das Nações Unidas (ONU) devido ao seu instável e grave estado sociopolítico. O Haiti, segundo o documento de estratégia nacional para o crescimento e redução da pobreza (2008 a 2010), apresenta uma séria situação nutricional e sanitária, com um terço das crianças com menos de cinco anos com carência em vitamina A e uma política alimentar fragilizada, onde a produção nacional oscila nos 45% e as importações dobraram entre os anos de 2001 e 2004.

Além disso, há uma acelerada deterioração do meio ambiente, que está diretamente relacionada ao crescimento da pobreza no país. Aliado a isso, o Haiti está situado em uma zona sísmica e ameaçado por ciclones tropicais. O relatório mundial sobre a redução dos riscos e desastres publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 2004, forneceu ao Haiti um índice de risco para catástrofes dentre os mais elevados do mundo.  Dalízia Aguiar (DRT/MS 28/03/14) Embrapa Arroz e Feijao (http://www.cnpaf.embrapa.br)Contatos: (62) 3533-2108dalizia@cnpaf.embrapa.br