Atualmente no Rio Grande do Sul existem 311 assentamentos rurais, onde residem 12,5 mil famílias, concentradas em áreas reformadas indicadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/RS). Há três anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, por meio das quatro Unidades presentes no Estado: Clima Temperado (Pelotas), Pecuária Sul (Bagé), Uva e Vinho (Bento Gonçalves) e Trigo (Passo Fundo) vem trabalhando com dedicação com o objetivo de qualificar a atividade produtiva nos assentamentos rurais do RS, em prol do desenvolvimento sustentável. O trabalho está sendo viabilizado através de um convênio entre a instituição, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a Fundação de Apoio a Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário Edmundo Gastal (Fapeg).

Com a localização da FAPEG em Pelotas e por sua responsabilidade de administrar os recursos financeiros do convênio, tanto o Incra/RS quanto as demais Unidades da Embrapa indicaram a Embrapa Clima Temperado como coordenadora operacional para a execução da segunda edição do convênio INCRA/FAPEG/EMBRAPA, cuja responsabilidade foi confiada ao Engenheiro Agrônomo e analista Raul Celso Grehs.

Nesse segundo período de vigência do convênio, que foi de novembro de 2005 a maio deste ano, as atividades foram realizadas em 54 assentamentos do RS que serviram de referência para o desenvolvimento de atividades agropecuárias apropriadas para os assentados.

Raul conta que foram realizados diversos eventos de capacitação, trocas de experiências e irradiação das tecnologias e conhecimentos trabalhados nesses locais, com o público local e de outros assentamentos. "Essa metodologia facilita atingirmos um maior número de famílias assentadas. O convênio, também, viabilizou o repasse de 23.500 mil quilos de sementes, cerca de 30 mil mudas de cana-de-açúcar e quase 4.500 mudas frutíferas, além da elaboração de doze publicações técnicas sobre temas demandados pelos assentados que, aliados a qualificação técnica, possibilitou o uso de tecnologias e conhecimentos desenvolvidos pela Embrapa que vem proporcionando aumento na produtividade e na renda desses agricultores, bem como melhoria na qualidade de vida das famílias atendidas", acrescenta o analista da Embrapa.

Resultados

O agricultor assentado Paulo Luis Dalchiavon possui um lote onde desenvolve atividades agropecuárias há 12 anos e meio, no assentamento 24 de Novembro, localizado no município de Capão de Leão. O seu lote representa uma Unidade de Referência para o convênio, isto é, um local onde são demonstrados para agricultores locais ou de outras regiões as tecnologias e os conhecimentos viabilizados pelo convênio, contando para isso com o apoio de pesquisadores e técnicos da Embrapa. "Nossa auto-estima, condições financeiras e capacidade de investimento na propriedade aumentaram muito nesses últimos anos, pois passamos a ter acesso a novas tecnologias relacionadas à produção de pastagens, leite, cultivo de frutas e hortaliças, além de produção de arroz irrigado e mais recentemente de peixes", destaca Paulo.

A agricultora familiar Salete Andrin, acrescenta que o convênio foi responsável pela viabilização da maioria das atividades desenvolvidas na sua propriedade, permitindo-lhes uma maior diversificação nas atividades, além de um aumento na renda e na variedade de alimentos disponíveis para a família. "Nossa vida melhorou e com a ajuda da Embrapa passamos a utilizar a terra de acordo com as suas aptidões de produção", informou Salete.

A agricultora familiar Alcida Soares, do assentamento Lagoa do Junco, localizado no município de Tapes, conta que a Embrapa repassou, por regime de comodato, três búfalos (duas fêmeas e um macho) para serem utilizados, primeiramente, em atividades de tração, podendo, também, aproveitá-los para a produção de leite e carne. "Tivemos experiências muito boas com esses animais, no período em que estivemos na Embrapa conhecendo as formas de manejo. "Aprendemos muito com os búfalos e eles se adaptaram tão bem e até pariram duas fêmeas", disse Alcida.

Futuro 

A terceira etapa do convênio deverá ser renovada em breve, para um período de quatro anos de trabalho. Nessa nova etapa será dado continuidade às atividades já trabalhadas em convênios anteriores, ampliando-as de acordo com novas demandas do Território da Cidadania da Zona Sul.

Christiane Rodrigues Congro Bertoldi – Mtb-SC 00825/9Embrapa Clima Temperado Contatos: (53) 3275-8113congro@cpact.embrapa.br