Nesta quarta-feira (30), pesquisadores da Embrapa Semi-Árido e da Embrapa Arroz e Feijão vão realizar um dia de campo para apresentação de duas variedades de feijão comum (BRS Agreste e BRS Pontal) com níveis nutricionais melhorados e adaptadas às condições ambientais do sertão nordestino. O evento, organizado pelos pesquisadores Eduardo Assis Menezes e Marcelo Calgaro, acontecerá no Campo Experimental localizado no Perímetro Irrigado de Bebedouro, a partir das 8 horas, em Petrolina – PE.

Os pesquisadores irão demonstrar o desempenho produtivo das duas variedades que possuem teores de ferro e zinco acima dos que são encontrados nos grãos das cultivares tradicionais em uso pelos agricultores. Mais nutritivos, elas também se revelaram mais produtivas nas áreas em que foram avaliadas.

A Pontal foi submetida a testes comparativos com outras variedades das cinco regiões do país e a sua produtividade média foi superior (7,9%). No caso da Agreste, que passou por avaliação semelhante em Goiás, no Distrito Federal e Sergipe a diferença de produtividade média foi 5% maior. As duas também tem boas características agronômicas e qualidades culinárias. Ambas estão cultivadas no campo experimental e se encontram próximo ao ponto de colheita que permite aos presentes no dia-de-campo terem uma boa visão do potencial dessas variedade, revela Marcelo Calgaro.  

Nutritivos - O dia de campo é uma das etapas iniciais no Submédio do Vale do  São Francisco de um programa internacional (HarvestPlus) que pretende desenvolver variedades biofortificadas, com altos níveis de ferro e zinco, de espécies alimentares que compõem a dieta das populações que sofrem de deficiência de micronutrientes na África, América Central e América do Sul. Os trabalhos iniciais de biofortificação estão concentrados em seis produtos agrícolas de primeira necessidade: além do feijão, mandioca, milho, arroz, batata doce e trigo.

Segundo informações do HarvestPlus, 840 milhões de pessoas em todo o planeta não consomem alimentos em quantidades suficientes para suprir suas necessidades diárias de energia. Um número muito maior de pessoas, estimado em 3 bilhões de pessoas, enfrenta os efeitos da deficiência de micronutrientes porque não tem condições financeiras para adquirir alimentos em quantidades suficientes. Mulheres e crianças na África Subsaariana, da Ásia Meriodional, do Sudeste Asiático, da América Latina e Caribe são os que mais correm o risco de de contrair doenças e morte prematura por consumirem dietas pobres, particularmente, ferro, zinco, vitamina A e iodo.

Ainda de acordo com esse programa, "um simples prato de feijão" é a principal refeição diária de cerca de 300 milhões de pessoas. O feijão comum é a mais importante leguminosa utilizada na alimentação, mais do que o grão-de-bico, a fava, lentilha, e o feijão-de-corda. O trabalho dos pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão, coordenados por Maria José Del Peloso, já conseguiram elevar os teores de ferro e zinco nas variedades BRS Pontal 74 mg/kg e o teor de zinco para 42 mg/kg na variedade BRS Pontal. Na variedade BRS Agrestes estes teores atingiram 79 mg/kg de ferro e 45 mg/kg de zinco. A meta do programa executado nesta Unidade da Embrapa é chegar a 100 mg/kg de ferro e 50 mg/kg de zinco.

Marcelino Ribeiro (Mtb 1127/BA)Contatos: (87) 3862-1711e-mail: marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Mais informações:Maria José Del Peloso – pesquisadora;mjpeloso@cnpaf.embrapa.br.

Marcelo Calgaromarcelo.calgaro@cpatsa.embrapa.br

Eduardo Assis Menezes – pesquisador;emenezes@cpatsa.embrapa.br

Embrapa Arroz e Feijão - (62) 3533-2158;  Embrapa  Semi-Árido – (87) 3862 2711