01/08/08 |

Oleaginosas têm preços próximos no mercado mundial

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A cada dia que passa, aumenta a competitividade do óleo da mamona em relação aos seus principais concorrentes, como o da soja, por exemplo. É o que mostra um relatório feito pela consultoria internacional de óleos vegetais, Oil World, que apontou, recentemente, uma aproximação nos preços dessas duas matérias primas no porto de Rotterdan (Holanda), onde a tonelada do óleo de mamona custa US$ 1.650 e o da soja US$ 1.550.

A política mundial de preços de biocombustíveis e a viabilidade crescente da produção da mamona para fins combustíveis deverão se tornar temas centrais do 3º Congresso Brasileiro da Mamona, promovido pela Embrapa Algodão, Secretaria de Agricultura da Bahia (SEAGRI) e parceiros, no período de 4 a 7 de agosto em Salvador (BA). "Havia um mito de que o óleo da mamona seria inviável para produção de biodiesel por ter um preço muito acima da média das demais oleaginosas, mas hoje essa realidade mudou no mercado mundial e com o uso de tecnologia adequada no futuro o óleo de mamona será até mais barato que os outros", diz Liv Soares, especialista na cultura.

No cenário mundial, o Brasil já é o terceiro maior produtor de mamona, com cerca de 170 mil hectares cultivados, segundo os últimos dados da Conab. China e Índia lideram a lista dos maiores produtores mundiais da oleaginosa. No entanto, o país produz hoje menos de 70 mil toneladas de óleo de mamona por ano, o que representa cerca de 5% da demanda brasileira por biodiesel, que é de 1,2 milhões de toneladas por ano.

No dia 5 de agosto, uma mesa-redonda, no referido evento, vai discutir a utilização da mamoneira na cadeia produtiva do biodiesel e ricinoquímica. Entre os palestrantes estão confirmadas as presenças de Carlos Nagib Khalil (PETROBRAS), Pauletti Rocha (Brasilecodiesel), representantes das indústrias de biocobustíveis, Adrian Hanzi (Bom Brasil) e Hilton Barbosa Lima (Comanche) representantes das indústrias ricinoquímicas. "A idéia é fazer com que os principais representantes dessa cadeia produtiva e das empresas ricinoquímicas discutam as possibilidades da mamona nesse cenário econômico", diz Odilon Reny, coordenador-técnico do 3º CBM.

Liv Soares destaca ainda que a mamona tem uma vantagem competitiva para a produção de biocombustíveis já que, diferente da soja e da canola, não compete diretamente com a produção de alimentos. "Atualmente essa é uma questão importante quando o assunto é a produção dos biocombustíveis", pondera o pesquisador. Além disto, a alta mundial nos preços de alimentos tem contribuição preponderante, já que, dos óleos utilizados , o de mamona é o único não comestível.

Com o aumento da demanda pelo castor oil (como o óleo de mamona é conhecido no mercado internacional), existe uma tendência no Brasil para que a agricultura de base empresarial também comece a investir nesse cultivo em áreas mais extensas.

A pesquisa feita pela Embrapa tem apostado na busca de variedades com melhor produtividade, precocidade e com teor e qualidade de óleo superior aos das atuais cultivares. Na unidade de pesquisa da estatal em Campina Grande (PB), os pesquisadores buscam também a obtenção de plantas com porte baixo, mais resistentes à seca e às doenças comuns à cultura.

É o caso da BRS Energia, lançada em 2007 e desenvolvida em rede pela Embrapa Algodão, EBDA e Emparn. Tem porte baixo, em torno de 1,40m, ciclo entre 120 e 150 dias e frutos indeiscentes. As sementes pesam entre 0,40g e 0,53g com as cores marrom e bege, contendo 48% de óleo. A produtividade média experimental foi de 1.800 kg por hectare. "Os testes foram realizados nos Estados do Ceará, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia. A cultivar ainda está sendo validada em outras regiões do país e para colheita mecanizada. O descascamento das sementes só pode ser feito em máquinas", detalha a pesquisadora Máira Milani, responsável pela pesquisa que originou a BRS Energia.

Dalmo Oliveira (MTb/PB N.º 0598)Contatos: (083) 3315.4361 ou 9154.15135  imprensa@cnpa.embrapa.br

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