26/08/08 |

Pastagem de búfalos tem diagnóstico inédito

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

A Embrapa Amapá e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e Instituto de Desenvolvimento Rural (Rurap),  iniciam este mês um projeto para avaliar a capacidade, a variedade e aqualidade das pastagens onde está concentrada a criação de búfalos no Amapá.

De acordo com o pesquisador Adilson Lima, o principal objetivo é identificar as espécies das pastagens nativas dos campos inundáveis, seu potencial produtivo, a capacidade de suporte e a composição química. Com isso, será possível definir a quantidade de búfalos que as pastagens podem suportar. O projeto tem prazo de três anos para ser concluído .

Os técnicos vão avaliar e cercar áreas com características afins nos municípios Cutias do Araguary, Pracuuba e Amapá, municípios que concentramo rebanho bubalino do Estado. Nestas áreas serão implantados experimentos de manejo e sustentabilidade do sistema produtivo pecuário.

 "O procedimento é comum em outros estados criadores de búfalos, mas no Amapá é a primeira vez que se toma esta providência. No período de estiagem,serão coletadas amostras de pastagens em áreas de criação de búfalos, localizadas em campos inundáveis", afirmou o pesquisador.

 Avanço do algodão bravo

A provável lotação inadequada das pastagens nativas dos campos inundáveis pode ser a principal causa do avanço do algodão bravo no Estado, uma planta tóxica que pode matar os animais. Este problema ambiental é conhecido há cerca de duas décadas e estudiosos do assunto apontam que existem nada menos que 100 mil hectares de pastagem nativa no Amapá atingidos pelo algodão bravo.

O manejo adequado, com base no potencial real de produção dos campos inundáveis do Amapá, pode auxiliar para amenizar ou controlar a expansãodo algodão bravo. No caso da falta de manejo, acontece a degradação da pastagem, ou seja, a cada ano o pasto vai perdendo a produtividade e istocausa impactos ambientais. É necessário que os criadores ajustem os animais à quantidade de pastos, é uma mudança de foco melhorar a qualidadeem vez de priorizar a quantidade.

O uso de herbicida no algodão bravo não é recomendado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), porque no Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) não existe registrado nenhum princípio ativo para matar esta planta.

O rebanho de búfalos no Amapá é estimado em torno de 180 mil pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), - mas estima-se um número maior -  enquanto o de gado bovino está em cerca de 60 mil cabeças. Os búfalos estão distribuídos em áreas inundáveis dos municípios de Amapá, Pracuúba, Cutias do Araguary, entre outras localidades da costa do Amapá.

Uma forma de combate ao algodão bravo, recomendada pela Embrapa, é a roçagem controlada, um processo lento, mas necessário para tentarcontrolar o avanço intenso do algodão bravo sobre as pastagens nativas. No Amapá, o problema atingiu uma proporção tão grande que está difícil o controle. A solução é ajustar o número de animais à área de pastagem. Quando põe animais demais, o pasto enfraquece e morre e o algodão bravo toma conta.

Dulcivânia Freitas  (DRT/PB 1.063)Contatos: (96) 4009-9511/9902-9959dulcivania@cpafap.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/