22/09/08 |

Tecnologias para a melhoria da qualidade do café brasileiro no VI Ciência para a Vida

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A clonagem de plantas por embriogênese somática é a tecnologia que está sendo destacada pela Embrapa Café para apresentação aos visitantes do Ciência para a Vida – VI Exposição de Tecnologia Agropecuária, que está sendo realizada na Sede da Embrapa, em Brasília.

A técnica de propagação assexuada ou vegetativa para o café está sendo mostrada por pesquisadores da Embrapa Café e da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Essa técnica permite multiplicar, em larga escala, as variedades de café que são, a cada ano, melhoradas pela pesquisa, tornando-as mais acessíveis aos produtores de mudas.

As novas plantas são obtidas a partir de tecidos vegetais, tais como folhas, sem a necessidade de sementes. Os fragmentos vegetais geram acúmulos de células, denominados calos embriogênicos, que dão origem a embriões de uma nova planta. A germinação acontece em equipamentos denominados biorreatores, que permitem a produção de até 150.000 mudas de café ao mesmo tempo.

A Embrapa Café trouxe, também, para o Ciência para a Vida, as pesquisas que são realizadas no âmbito do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), que é administrado pela Unidade Descentralizada da Embrapa.

Em um estande montado no evento, os visitantes podem conhecer pesquisas relativas ao controle biológico de pragas do cafeeiro, o aproveitamento das águas residuárias do café, o mapeamento da cafeicultura por meio de geotecnologias e a metodologia de transferência das tecnologias Treino e Visita.

A pesquisa relativa ao manejo das pragas que atacam o café sem o uso de defensivos químicos (Café SAT) está sendo exposta no estande do CBP&D/Café pelo pesquisador da Embrapa Café/Ecocentro (Centro de Manejo Ecológico de Pragas e Doenças das Plantas), Mauricio Sergio Zacarias.

Conforme o pesquisador, o manejo ecológico das pragas do cafeeiro, técnica por meio da qual se utilizam o manejo da lavoura e inimigos naturais das pragas para sua eliminação ou diminuição, é uma forma mais ecológica de condução da lavoura, que dispensa o uso de agrotóxicos.

O manejo está sendo mostrado na exposição por meio do material do Museu Entomológico do Ecocentro e por insetos vivos das criações dos laboratórios do Ecocentro e da Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Já a tecnologia para o tratamento adequado e a reutilização dos resíduos sólidos e líquidos decorrentes do processamento do café está sendo apresentada aos visitantes da exposição pelo pesquisador da Embrapa Café/Epamig Sammy Fernandes Soares.

O pesquisador ressalta que o objetivo da pesquisa é minimizar a quantidade de água que é gasta no processamento do café, além de não desperdiçá-la, visto que contém nutrientes que podem ser aproveitados pelas plantas.

A tecnologia está sendo mostrada por meio de um protótipo do sistema de decantação e filtragem da água residuária do processamento dos frutos do café.As geotecnologias que são utilizadas para o mapeamento e zoneamento agroclimático da cafeicultura também estão sendo mostradas no estande do CBP&D/Café no Ciência para a Vida.

A pesquisadora da Embrapa Café/Epamig, Helena Maria Ramos Alves, está repassando aos visitantes os resultados obtidos com as pesquisas relativas à caracterização e estudo da evolução do parque cafeeiro no sul do estado de Minas Gerais. Para a realização dos estudos são utilizadas as mais modernas tecnologias, tais como o GPS, imagens de satélites e imagens de radar e softwares.

Conforme Walbert Junior Reis dos Santos, bolsista do CBP&D/Café, esse conjunto de tecnologias pode ser utilizado tanto no zoneamento agroclimático quanto na tomada de atitude por parte dos cafeicultores e na elaboração de políticas públicas.

O Treino e Visita está sendo apresentado no estande do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café por meio de uma maquete. O Treino e Visita é uma metodologia de transferência de tecnologia que propicia treinamentos para a assistência técnica e acompanhamento do desenvolvimento profissional do agricultor.

A metodologia está sendo mostrada por pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), uma das instituições fundadoras do Consórcio.

Por meio da metodologia do Treino e Visita, todas as tecnologias que estão prontas para serem aplicadas à cafeicultura e que são recomendadas para uso no estado do Paraná são repassadas aos produtores a partir da qualificação dos técnicos que trabalham com a extensão rural, sejam das Ematers sejam de cooperativas ou associações de produtores.

Esses técnicos treinados passam a ser multiplicadores das novas tecnologias. Segundo Denilson Fantin, técnico agrícola do Iapar, essa metodologia possibilita que 80% dos cafeicultores do Paraná, estado onde há grande quantidade de pequenos produtores, absorvam as novas tecnologias, o que está resultando em uma produção média, no estado, de 25 sacas de café por hectare neste ano.

Jurema Iara Campos (MTb 1.300/DF)Embrapa CaféContato: (61) 3448-4085 -  jurema.campos@embrapa.br

Mais informações sobre o tema
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