24/09/08 |

Tecnologia orienta para uso racional da água residuária do café

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Visitantes da VI Exposição de Tecnologia Agropecuária – Ciência para a Vida, promovida pela Embrapa até 28 de setembro, na sede em Brasília, têm a oportunidade de conhecer a tecnologia para o melhor aproveitamento da água residuária da lavagem do café.

Pesquisadores da Embrapa Café, Epamig e Incaper estão mostrando as mais recentes pesquisas e dando orientações sobre a geração e aproveitamento destes resíduos.

A linha de pesquisa recebe o apoio financeiro do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), administrado pela Embrapa Café.Além das restrições impostas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA - resolução 357, de 2005), o lançamento da água residuária do café em corpos hídricos, sem tratamento adequado, está na contramão dos princípios de sustentabilidade que norteiam a cafeicultura moderna.

O desafio é encontrar soluções tecnológicas que aliem baixo custo de implantação com eficiência no tratamento e reutilização dos resíduos sólidos e líquidos, decorrente do processamento do café. Sammy Fernandes Soares, pesquisador da Embrapa Café/Epamig que está mostrando a tecnologia aos visitantes, salienta que o mais importante é minimizar a quantidade de água gerada no processamento, além de não desperdiçá-la, visto que contém nutrientes que podem ser aproveitados pelas plantas.

No processamento via úmida, principalmente para a obtenção do cereja descascado e desmucilado, que apresenta maior concentração de resíduos dos frutos, a minimização do gasto de água deve ser uma das prioridades na aquisição de equipamentos e na elaboração de projetos para as unidades processadoras.

O fundamental é planejar a reutilização da água, de modo a minimizar seu gasto. Para tanto, é preciso incluir estruturas e equipamentos de filtragem e decantação dos sólidos suspensos, visando sua remoção, o que facilita a re-circulação da água residuária na unidade de processamento. Em experimentos em Viçosa (MG) são analisadas estruturas de filtragem, com a combinação de caixas de decantação e caixas de retenção de sólidos suspensos.

Inferior ao custo de implantação de filtros mecânicos, as estruturas de tanques requerem investimento proporcional ao tamanho das propriedades, com projetos acessíveis ao pequeno produtor. 

Retorno vantajoso

Deve também ser levado em conta que a água residuária contém nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e micronutrientes, que podem ser reaproveitados e suprir parte da demanda das lavouras.

De acordo com o pesquisador, é necessário desmistificar o conceito de que a água residuária pode "queimar" as plantas. Não se constataram injúrias nas plantas de café, alface, aveia, feijão e milho, em experimentos que utilizam a água residuária aplicada no solo ou sobre as folhas das plantas, em várias doses, em condições de campo e casa de vegetação.Como o teor de nutrientes na água residuária é variável, não existem critérios para definir a dose de aplicação. A sugestão do pesquisador é que se aplique uma dose de água residuária que não produza corrimento superficial, com o monitoramento da água aplicada, do solo e das folhas das plantas, por meio de análises.

A tecnologia resultou em uma circular técnica da Epamig, Água Residuária do Café: Geração e Aproveitamento. A publicação foi editada no último mês de julho pelos pesquisadores Sammy Fernandes Soares, Sérgio Maurício Lopes Donzeles, Aldemar Polonini Moreli, Aledir Cassiano da Rocha, Guilherme Fernandes Soares, Victor Fernandes Soares. Informações sobre a publicação podem ser adquiridas no: Centro Tecnológico Zona da Mata (CTZM/EPAMIG). Tel.: (31) 3891-2646 - ctzm@epamig.br

Outras informações:Cibele Aguiar (Mtb – 06097/MG)Embrapa Cafécibele.aguiar@yahoo.com.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/