25/09/08 |

Moçambicanos conhecem tecnologias da cultura do algodão

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Tecnologias simples para o descaroçamento do algodão e áreas com apenas 0,6 hectares para o cultivo por agricultores familiares são os principais gargalos da cotonicultura de Moçambique na atualidade.

A informação foi dada hoje pelo diretor adjunto do Instituto do Algodão daquele país, o agrônomo Gabriel Paposseco, durante primeiro dia da visita técnica que realiza com outros representantes do governo moçambicano à Embrapa Algodão, em Campina Grande (PB).

A comitiva africana permanece na Paraíba até a próxima sexta-feira, 26, cumprindo uma série de compromissos agendados pela equipe técnica da unidade da empresas estatal especializada na pesquisa do algodão. Amanhã, 25, Paposseco e outros três membros da comitiva internacional visitam experiências de campo que a Embrapa desenvolve em parceria com ONGs em assentamentos da reforma agrária na zona rural dos municípios de Remígio e Juarez Távora.

Nas duas ocasiões os moçambicanos irão conhecer de perto experiências exitosas com a produção de algodão agroecológico, que dispensa o uso de adubos químicos e de pesticidas. "Esse é um modelo que poderá ser adotado facilmente no país da África porque envolve basicamente um modelo de produção apoiado totalmente na agricultura familiar, que em Moçambique representa mais de 90% dos agricultores envolvidos na produção algodoeira", diz o analista Waltemilton Cartaxo, que fez, no período da manhã, uma rápida explanação sobre o trabalho da Embrapa Algodão nessa área.

Na sexta-feira, 26, os visitantes africanos visitam a experiência da cooperativa Campal, na cidade de Patos (PB), que está incentivando os agricultores associados ao cultivo de algodão colorido e orgânico.

Uma das primeiras tecnologias que chamou a atenção dos visitantes foi a mini-usina descaroçadeira e enfardadeira de algodão desenvolvida pelo pesquisador Odilon Reny, da Embrapa de Campina Grande. Segundo Gabriel Paposseco, Moçambique tem interesse especial por modelos de cultivo que levem em conta o uso de tração animal para o preparo da terra.

Outro componente da comitiva moçambicana, Manuel Delgado, diretor de uma das principais empresas cotonícolas da província de Niassa, no norte do país, diz que a oportunidade de conhecer o modelo produtivo brasileiro e a pesquisa agronômica pública com a cultura do algodão no Brasil significa a real possibilidade de alavancar a produtividade algodoeira moçambicana. "Se resolvermos a questão agrária, poderemos saltar imediatamente para algo em torno de 150 mil toneladas de algodão em caroço", comenta Delgado.

Moçambique produz hoje cerca de 100 mil toneladas de algodão, exportado quase em sua totalidade porque a indústria têxtil do país está paralisada. Os principais compradores do algodão moçambicano são países asiáticos, Portugal, Turquia e Brasil. O país enfrenta ainda problemas climáticos de seca na região norte e enchentes no sul.

No turno da manhã desta quarta-feira, 24, a comitiva foi recebida pelo chefe adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Algodão, Liv Soares. Em seguida, no auditório da unidade, eles assistiram à exibição de vídeos institucionais e técnicos e palestras dos especialistas da Embrapa, quando os técnicos de Moçambique tomaram contato com outros produtos trabalhados pela, a exemplo do sisal, amendoim, gergelim e mamona. O pesquisador Odilon Reny fez uma breve explanação sobre as mini-usinas de beneficiamento de algodão na produção familiar.

No período da tarde, o pesquisador José Janduí Soares faz uma palestra especial para os estrangeiros sobre "A Desigualdade Social/Concentração de Renda". Em seguida será a vez do pesquisador Melchior Naelson Batista falar da experiência da Embrapa local com o algodão agroecológico. Depois os visitantes conhecerão as instalações e o trabalho nos laboratórios de fibras, de solos e de entomologia.

A visita faz parte dos convênios de cooperação internacional que a Embrapa mantém com os países africanos de língua portuguesa.

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