Yamandu Costa não esperava o respeito demonstrado pelo público que lotou o espaço de shows ao lado do pavilhão principal da exposição Ciência para a Vida, na noite de sexta-feira( 26). O violonista referia-se à dispersão das pessoas e o barulho comuns em shows que acontecem em eventos.

E, de fato, o público parecia degustar, de uma forma calma interrompida apenas pelos aplausos, a música que saía do violão de Yamandu, do contrabaixo acústico de Guto Wirtti e do acordeão de Alessandro Kramer.

Ao som da boa música regional gaúcha, de tangos de Astor Piazolla e de clássicos como "Brasileirinho", de Waldyr Azevedo, um público fascinado  mergulhou, em pouco mais de uma hora de show, no universo de músicos jovens e talentosos que lidam com seus instrumentos e deles extraem notas de maneira visceral. Yamandu, quando toca, franze o rosto, fecha os olhos, debruça-se sobre o violão, como num abraço à madeira, numa performance que nos dá a impressão de levá-lo à eternidade.

De volta à Terra, Yamandu agradece o público desejando "que a festa continue linda". No camarim, após o show, o violonista, ao comentar o fato de o evento da Embrapa ter procurado resgatar características dos ecossistemas brasileiros e a cultura regional, não poupa palavras e expressões de elogios à iniciativa. Lembra músicos como Dominguinhos e Gilberto Gil, que, afirma, buscam também na terra, "na verdade que vem dos campos", sua relação com os sons e ritmos diversos. "São músicos que têm algo a dizer".

Da literatura, Yamandu traz os exemplos de Guimarães Rosa e de Érico Veríssimo e defende que nós brasileiros precisamos conhecer mais nossa história, mais nosso país. E recorda seu último trabalho, o disco "Lida", no qual o violonista resgata as raízes regionais e faz uma homenagem à saga de Ana Terra, de "O Tempo e o Vento" de Érico Veríssimo. "Essa literatura é de um frescor e de uma poesia sem tamanho", finaliza.

Marita Feres Cardillo (MTb2264 DF0Contato: marita.cardillo@embrapa.brAssessoria de Comunicação Social61 34484012