06/10/08 |

Dendê pode ser fonte de energia em comunidade do Rio Purus

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A fonte de energia elétrica da comunidade Céu do Mapiá, na região do Rio Purus (Amazonas), poderá ser substituída de óleo diesel para biodiesel de dendê.

Projeto nesse sentido está sendo discutido entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiverdidade – entidade ligada ao Ministériodo Meio Ambiente (MMA), pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), Secretaria Estadual de Produção Rural (Sepror) e a comunidade local, visando a conversão de combustível da usina movida aóleo diesel, que será implantada pelo programa Luz para Todos do Governo Federal, para  biocombustível de dendê.

Para essa mudança se tornar realidade está sendo elaborado um projeto com a participação dessas  instituições visando o cultivo de 100 hectares dedendê, podendo ser plantados em consórcio com outras culturas agrícolas e prevê o envolvimento direto da comunidade local composta por 600 moradores.

O analista ambiental Flávio Paim, gestor da Floresta Nacional do Purus - uma unidade de conservação situada no sul do Amazonas -, e do InstitutoChico Mendes de Conservação da Biodiversidade, reuniu-se dia 01/10 com a chefe-geral da Embrapa, Maria do Rosário Lobato Rodrigues, com o chefe deP&D, Celso Paulo Azevedo e os pesquisadores Paulo César Teixeira e Wanderlei Lima para formalizar a parceria, que vem sendo traçada desde abril passado.

No mês de  julho, os pesquisadores da Embrapa, Paulo César Teixeira e Wanderlei Lima estiveram na comunidade juntamente com os representantesda Sepror e Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) para discutir essa possibilidade.

Se verificou na ocasião, que a região tem potencial de aproveitamento de área degradada para o plantio do dendê e desde então se discute  um projeto, cuja minuta foi elaborada pelo  presidente do Idam, engenheiro agrônomo Dr. Edson Barcelos, que é um profundo conhecedor da cultura do dendê.

Segundo Flávio Paim, estão sendo discutidas estratégias de captação de recursos via Sepror por meio de emenda parlamentar para ser apresentada ao Orçamento Geral da União de 2009 para a implantação do projeto. Projeto semelhante está sendo implantado no Alto Solimões desde 2006.

A Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) pesquisa alternativas para melhorar a sustentabilidade de cultivos agrícolas e há 28 anos vem trabalhando com a cultura do dendê na região amazônica, gerandoconhecimentos sobre técnicas de manejo e melhoramento genético.

Com esse trabalho desenvolveram-se cultivares que apresentam boa produtividade e foram elaborados sistemas de produção com bom desempenho comoalternativa econômica para recuperação de áreas alteradas na Amazônia.

Produção

O dendezeiro começa a produzir comercialmente aos 3 anos após o plantio e sua produção é distribuída ao longo do ano, por mais de 25 anos consecutivos. Durante o período de crescimento, outras culturas agrícolas podem ser cultivadas nas entrelinhas das plantas.

Socialmente, por ser uma cultura perene, com utilização intensiva de mão-de-obra, sem entressafras, permite a interiorização e fixação do homem ao campo e viabiliza a sua integração a um sistema econômico de alta rentabilidade. Em média, cada 10 ha de dendezal, representa trabalho digno e rentável para uma família, por 25 anos.

Por essas características, a dendeicultura apresenta excelente desempenho como atividade âncora em programas de interiorizarão e fixação do homemao campo, em projetos de reforma agrária, colonização, cooperativas e outros modelos de desenvolvimento rural, com comprovados benefícioseconômicos, sociais e ecológicos.

Apresenta, ainda, reais possibilidades de ser utilizada e com impactos econômicos, ecológicos e sociais positivos, para reaproveitamento e valorização de áreas degradas na Amazônia.

Maria José Tupinambá MTb/AM 114Embrapa Amazônia Ocidental Contatos: (92) 3621-0352 - Fax (92) 3621- 0430maria.tupinamba@cpaa.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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