08/10/08 |

Estudo identifica algodão resistente ao fungo R.solani

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Um trabalho com resultados inéditos no Brasil permitiu a identificação de algumas cultivares de algodoeiro com maior tolerância ao ataque do fungo Rhizoctonia solani.

No estudo, feito pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Augusto César Pereira Goulart, ficou demonstrado que as cultivares CNPA ITA 90 II e BRS Aroeira, seguidas de BRS Cedro e BRS Ipê, apresentaram maior resistência ao patógeno.

"Os resultados obtidos demonstraram também que apesar de algumas cultivares terem apresentado certa tolerância ao fungo, não se deve dispensar o tratamento das sementes de algodoeiro com fungicidas", diz o pesquisador que, em agosto, apresentou os resultados da pesquisa no 4º Simpósio Internacional sobre Rhizoctonia, na Humboldt Universität Berlin, Alemanha.

Ele acrescenta ainda que, levando em conta que a ação de um determinado fungicida está relacionada, entre outros fatores, com a população do fungo no solo e com a resistência do material a ser usado (conforme comprovado no estudo), é indicado o uso de cultivares que apresentem melhor comportamento frente ao fungo para áreas com histórico de altas populações de R. solani. "Visamos, assim, otimizar a eficácia do fungicida aplicado às sementes de algodoeiro", afirma o pesquisador.

Fungo

R. solani é um fungo de solo, polífago (ataca grande número de espécies vegetais), que infecta as sementes e plântulas do algodoeiro, causando o tombamento de pré e pós emergência.

Nas condições do Brasil, principalmente em se tratando do algodão do cerrado, é o principal agente causal do tombamento de plântulas, pela freqüência que ocorre (mais de 95% dos casos) e pelos danos que causa na fase inicial de estabelecimento da lavoura.

Os sintomas caracterizam-se inicialmente pelo murchamento das folhas com posterior tombamento das plântulas. Este fungo provoca lesões deprimidas e de coloração marrom-avermelhada no colo e nas raízes das plântulas de algodoeiro.

Nos últimos 10 anos, foram relatadas nos EUA perdas significativas devido ao ataque da doença, com valores médios estimados da ordem de 2,8% ao ano. Até o momento, não foram levantados dados desta natureza no Brasil.

Kadijah Suleiman  (MTb RJ 22729JP)Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados (MS)Contatos:(67) 3416-9742kadijah@cpao.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/