22/10/08 |

Instituições debatem segurança alimentar no Dia Mundial da Alimentação

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A Embrapa Acre, Eletronorte, Correios, Caixa Econômica Federal, Polícia Militar  e outras instituições integrantes da rede de parceiros do Comitê de Combate à Fome e pela Vida (Coep) no Estado promovem, na quinta-feira (16), um ciclo de palestras dirigidas a estudantes de escolas de ensino fundamental e médio dos bairros Vitória e Jardim Eldorado, donas de casa e sociedade em geral, em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação.

  A programação tem início a partir das 15h, no auditório da Eletroacre, com o objetivo de orientar sobre o valor nutricional dos alimentos, manipulação correta e estímulo a práticas alimentares adequadas e estilo de vida saudáveis.

Relacionando a temática à realidade amazônica, as palestras vão incentivar o consumo de alimentos regionais, como banana e castanha-do-brasil, por serem ricos em vitaminas, proteínas e sais minerais, e encontrados em abundância na região. Para o secretário executivo do Coep no Acre, Milcíades Pardo, o consumo regular destes produtos amplia as condições de acesso a uma alimentação equilibrada e representa uma forma de assegurar alimentos de qualidade e saúde a determinados grupos populacionais como crianças, gestantes e idosos. Pesquisas comprovam que a má qualidade da alimentação é fator de agravamento de doenças como diabetes, hipertensão, obesidade e depressão, principais responsáveis pela baixa produtividade no trabalho e motivo recorrente de pedidos de licença médica.

Fome e desperdício

Segundo dados da FAO (2007), cerca de 925 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo, sobretudo populações rurais que vivem da agricultura. As previsões indicam que as catástrofes naturais causadas pelas alterações climáticas vão aumentar o número de famintos nas próximas décadas.  A utilização de parte da produção agrícola para a produção de biocombustíveis também poderá agravar essa realidade. Outra temática abordada pelos palestrantes será o aproveitamento integral de frutas, legumes e verduras aliado ao consumo de produtos orgânicos para uma alimentação mais nutritiva.

Por falta de conhecimento, a maioria dos brasileiros descarta cascas, talos e folhas destes Produtos.  Segundo estimativa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, uma família de classe média joga fora, em média, 182,5 quilos de comida por ano, o suficiente para alimentar uma criança por seis meses.

De acordo com Márcio Monte, um dos coordenadores do evento, a segurança alimentar tem como base as práticas alimentares promotoras da saúde, que valorizem as potencialidades locais e sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. No Acre, empresas como o Sesi e Sesc vêm orientando populações de baixa renda para a adoção destas práticas por meio de iniciativas como os Projetos "Cozinha Brasil" e "Mesa Brasil". Envolver o público estudantil e as mães nestas atividades é uma forma de multiplicar essas informações nas comunidades."A proposta é mostrar que as partes dos alimentos que vão para o lixo podem ser aproveitadas para melhorar a qualidade nutricional da alimentação e chamar a atenção para a necessidade de mudança nos hábitos de consumo. Além de melhorar a alimentação das famílias, esta prática evita desperdícios e reduz o lixo doméstico, contribuindo para a qualidade do meio ambiente", afirma.

Alimento para todos

O Dia Mundial da Alimentação é celebrado por mais de  180 países há quase três décadas, com iniciativas voltadas para a melhoria das condições de alimentação e de vida das populações. O objetivo é conscientizar a humanidade sobre a problemática da fome no mundo e promover a participação da população na luta contra este mal. Este ano a data marca os 60 anos de criação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cuja missão é elevar os níveis de nutrição e desenvolvimento rural no mundo. A 28ª edição da Semana Mundial da Alimentação tem como tema "Segurança Alimentar Mundial: os desafios das mudanças climáticas e da bioenergia".

De acordo com Pardo, o momento propicia uma reflexão sobre alternativas que possam garantir a todos os países o acesso a alimentos saudáveis. "Isto requer um esforço conjunto das nações, com envolvimento de todas as esferas políticas e dos diversos segmentos sociais. Além de políticas públicas voltadas para a redução da pobreza e combate à fome, precisamos colocar a solidariedade na linha de frente contra as desigualdades sociais, como forma de minimizar as situações de insegurança alimentar", afirma.

Mais informações:

Diva Gonçalvesdiva@cpafac.embrapa.brEmbrapa AcreContato: (068) 3212-3272

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/