13/11/08 |

Embrapa contribui para neutralização de carbono do Amazonas Film Festival

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O Amazonas Film Festival – festival internacional de cinema de aventura, natureza e meio ambiente, agora passa a contar com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)para tornar efetiva a neutralização das emissões de carbono decorrentes do evento que está acontecendo em Manaus (AM), desde o dia 7 até o dia 13 de novembro, e conta um público estimado de 130 mil pessoas e cerca de 200 filmes em exibição.

A produção cinematográfica em exibição é originária de 27 países dos cinco continentes. A chefe geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Maria do Rosário LobatoRodrigues, assinou um convênio de cooperação técnica com a Secretaria de Cultura do Amazonas, para colocar em prática ações ambientais que incluem o plantio de árvores no assentamento Tarumã-mirim na zona rural de Manaus, onde é desenvolvido projeto de pesquisa participativa pela Embrapa.

Maria do Rosário destacou que, por meio desse convênio com a Secretaria de Cultura,  a Embrapa vai contribuir para a compensação ambiental das emissões de carbono do evento e, ao mesmo tempo, terá oportunidade de fortalecer sua atuação e agregar ganhos sociais para os agricultores familiares do assentamento.

Na assinatura do convênio na quarta-feira (12) no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, em Manaus, estavam presentes artistas e profissionais de cinema, tanto brasileiros e estrangeiros, além de agricultores do assentamento que serão contemplados pelo projeto.

A neutralização de carbono consiste em realizar ações, como o plantio de árvores, para compensar a emissão de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global. É adotada uma metodologia que avalia a quantidade e qualidade do material consumido, transporte e outras ações que causem impacto ambiental e a partir daí são calculadas quantas árvores devem ser plantadas para neutralizar o impacto de um evento.

Plantar árvores ajuda na compensação ambiental, porque  as árvores, ao fazer a fotossíntese, absorvem o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, processotambém chamado de "seqüestro de carbono".

A pesquisadora da Embrapa, Elisa Wandelli, explica que para a neutralização de carbono geralmente se considera quantas árvores serão necessárias para seqüestrar uma determinada quantidade de carbono durante o período de 40 anos.

Na metodologia utilizada pela Embrapa, está sendoconsiderado o período de cinco anos e com isso será ampliado o número de árvores a serem plantadas para que haja um efeito mais rápido e eficiente.

De acordo com cálculos estimados pela Embrapa será necessário o plantio de 12 mil árvores para compensar as ações realizadas na 4ª edição do evento em 2007.

Ainda estão sendo feitos os cálculos para compensar a 5ª edição do Amazonas Film Festival em 2008.Com o convênio entre Embrapa e Secretaria de Cultura do Amazonas, será desenvolvida a "Ação Ecológica Permanente no Assentamento Tarumã-Mirim",associando esta atividade a um projeto ambiental de recuperação de áreas alteradas, com o nome de "Manejo da Paisagem Agrícola em ComunidadesRurais na Região de Manaus-Amazonas", que já vendo feito pela Embrapa na localidade, nos últimos três anos.

Esse projeto tem por objetivo promover a conservação dos recursos naturais, a produção de alimentos e a geração de renda das famílias, por meio do planejamento integrado das unidades produtivas e da prestação de serviços ambientais.

O apoio do festival irá ajudar a ampliar as açõesambientais. Em 2009, serão implantados 30 hectares de Sistemas Agroflorestais nas propriedades de 30 famílias de baixa renda.

Os sistemas agroflorestais são consórcios de cultivos agrícolas, de frutíferas e de espécies florestais na mesma área, a fim de melhorar as condições ambientais, diversificar a produção e auxiliar na geração de renda dos agricultores, conciliando vantagens econômicas, ambientais e sociais.

Essa foi uma estratégia para garantir que as árvores plantadas, como compensação ambiental, tenham o acompanhamento técnico e dos agricultores e possam realmente se desenvolver e atender ao objetivoproposto, além de beneficiar a comunidade de agricultores.

Nesse assentamento muitos comunitários vivem da produção de carvão, mas o grupo que fez parceria com o projeto conduzido pela Embrapa mudou. "Nósdeixamos de fazer carvão e agora somos produtores de hortaliças, criamos frango e plantamos árvores", disse o presidente da Associação Agrícola Rural do Ramal do Pau-Rosa, Antonivaldo Souza, morador do assentamento Tarumã-Mirim, onde as famílias serão contempladas pelo projeto.

Antonivaldo contou que agora é agricultor e ex-carvoreiro e pretende convencer outros do assentamento a também mudarem de atividade. "Ninguém  resolve derrubar a floresta e fazer carvão porque gosta, mas é porque só tinha essa opção para a sobrevivência e não tinha apoio pra agricultura",afirmou, citando a importância de parceiros como a Embrapa e Escola Agrotécnica Federal de Manaus, para essa mudança.

A pesquisadora da Embrapa, Joane Régis, responsável pelo projeto no assentamento Tarumã-Mirim, informou que a Ação Ecológica vai começar pela implantação de viveiros em que as famílias da comunidade vão preparar aproximadamente 40 mil mudas de árvores por ano.

Serão mudas de espécies frutíferas para garantir a segurança alimentar e de espécies florestaispara recompor as áreas alteradas e com possibilidades de usos múltiplos.

As mudas serão plantadas seguindo os critérios técnicos orientados pela Embrapa. As ações permitirão também aprimorar o conhecimento científicosobre as espécies, além dos arranjos de importância econômica, social e ambiental em favor da sociedade.Durante a solenidade , o secretário de Cultura do Amazonas, Robério Braga, destacou que a proposta desse convênio é  associar a sétima arte (ocinema) com a ação ambiental e assim agir na transversalidade das políticas públicas para alcançar resultados em benefício da população e dapreservação da Amazônia.

Síglia Regina dos Santos Souza  MTb066/AMEmbrapa Amazônia Ocidental - Manaus/AMContatos: (92) 3621-1352 - Fax (92) 3621- 0430siglia.regina@cpaa.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
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