Garantir a transparência, eficiência e eficácia dos sistemas de medição de desempenho das instituições nacionais e internacionais de pesquisa. Foi com esse objetivo que pesquisadores que participam do Workshop Internacional sobre Inovações Metodológicas em Avaliação de Impacto da Pesquisa Agropecuária se reuniram nesta quinta-feira (13), em Brasília.

Exemplos como a Embrapa e o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), da Argentina, foram apresentados na plenária em que se discutiu os modelos de avaliação de desempenho das duas instituições.

O pesquisador da Embrapa Geraldo da Silva e Souza falou sobre a eficiência econômica e alocação de recursos orçamentários na pesquisa agrícola. Ele explicou o modelo adotado pela Embrapa que tem sido aproveitado em outras instituições brasileiras. "Nossa técnica é considerada flexível e pode ser adaptada por outros órgãos, como o Ministério dos Transportes, que é o caso. Além de medir a produção dos centros de pesquisa, a idéia é oferecer direções para que a administração seja feita nas unidades e, também, avaliar a performance da gerência", explicou.

Ao abordar a questão da alocação otimizada de recursos, Geraldo citou o sistema de carteiras de programas da Embrapa (macroprogramas), que considera critérios qualitativos e quantitativos para uma distribuição adequada, mantendo o orçamento total constante.

Carlos Martinez, diretor de Auditoria Interna do INTA também falou sobre a avaliação que se utiliza no instituto. "Consideramos a interação entre os centros regionais do INTA e privilegiamos a avaliação interna e externa. Queremos saber não só como agentes internos vêem a instituição, como também as universidades, comunidade, a sociedade como um todo", afirmou.

A última apresentação foi do chefe da Coordenadoria de Avaliação de Desempenho Institucional da Secretaria de Gestão Estratégica da Embrapa, Flávio Avila. Ele fez um breve histórico do sistema adotado pela empresa, desde 1973, para avaliar o desempenho dos centros.

"Apesar do modelo ter recebido várias críticas, acreditamos que conseguimos juntar indicadores que medissem de forma justa o trabalho de cada unidade." Flávio comentou também sobre a premiação de bom desempenho que é dada aos empregados. "É uma forma de estimular a produtividade, projetos mais criativos, a cooperação, a captação de recursos, entre outros pontos."

Debate

Durante o debate sobre as apresentações a pesquisadora do Grupo Consultivo de Pesquisa Agropecuária Internacional (CGIAR), Maria Iskandavani fez algumas considerações. Comentou o modelo sofisticado adotado pela Embrapa e a abordagem profunda do INTA que liga a avaliação aos objetivos da organização.

"O modelo da Embrapa é bastante sólido em termos de estatísticas com indicadores e parâmetros bem definidos", disse. Mas a pesquisadora deixou uma reflexão: "É preciso que essa medição não fique apenas no âmbito da produtividade. O ideal é avaliar não só os resultados, como a aceitação deles pela sociedade."

Iskandavani falou ainda sobre a avaliação realizada de forma participativa, que segundo ela, é um ponto forte do sistema da Embrapa que assegura a aceitação em todo os níveis da instituição. Outra questão levantada por ela foi a importância das parcerias para a efetividade da pesquisa.

O chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Elísio Contini, ressaltou a importância de se desenvolver um sistema com credibilidade e falou ainda sobre a vontade política da Administração. "A alta Administração deve está comprometida para conferir estabilidade ao processo." Outro ponto abordado por ele foi a questão da complexidade dos sistemas. "Acho que o produto é muito complexo ainda e precisa ganhar um tratamento não muito subjetivo e com critério técnicos", concluiu.

O Workshop segue até esta sexta-feira (14) com a visita dos participantes à Embrapa Recursos Genéticos e à Embrapa Cerrados, em Brasília.

Juliana Freire (MTb 3053/DF)Contato: (61) 3448-4039juliana.freire@embrapa.br