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Especialistas recomendam redução de dióxido de carbono

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Descarbonizar a economia mundial é prioritário e até mesmo oportuno, principalmente no atual momento de crise econômica, em que as lideranças poderiam apostar  em sistemas que, entre outros aspectos, enfoquem a combinação de meios de transportes com base em biocombustíveis, edificações ecológicas e políticas públicas incentivadoras de alternativas como, por exemplo, a revitalização das ferroviárias.

Além disso, os países desenvolvidos e em desenvolvimento devem fazer um grande esforço para tornar viável a redução, até 2050, de pelo menos  50% da emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera terrestre, reduzindo  as 36 milhões de toneladas/ano emitidas hoje em dia  em todo o mundo para  18 bilhões toneladas. 

Estas são algumas das recomendações de especialistas da Argentina, do Brasil, dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Senegal  que participaram na manhã desta terça-feira (dia 18) da Sessão Plenária II - "Biocombustíveis e mudança do clima", parte da programação da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, que se realiza em São Paulo até o dia 21.

O moderador do painel, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pingueli Rosa, foi enfático ao dizer: " Se o governos brasileiro e dos Estados Unidos dão auxílio à indústria automotiva nessa hora de crise, esse auxílio poderia ser direcionado para o uso de carros mais leves".

Essa, aliás, foi uma das opiniões compartilhadas pelos debatedores que lembram ser o setor de transportes o responsável por cerca de 13,5% das emissões globais de gases de efeito estufa. Para eles as frotas urbanas devem ter outras características, sejam no transporte público como privado.

Segundo o diretor da Smith School of Enterprise and the Environment, da Universidade de Oxford (Reino Unido), David King, os países desenvolvidos deveriam, inclusive, pensar em diminuir a emissão de CO2 em 80% e os demais trabalharem para alcançar melhores níveis.

"Gostaria de ver isso acontecer nos Estados Unidos, com Obama (Barack Obama presidente eleito daquele país)", comentou King aos mais de 3 mil participantes do evento. Para ele a integração dos meios de transportes e a fabricação de veículos leves para uso urbano são algumas das determinações simples e de resposta rápida. "Precisamos analisar o ciclo completo do carbono", avaliou King.

A opinião do representante da Oxford no debate é semelhante a do argentino Raúl Estrada Oyuela, presidente do Processo Negociador do Protocolo de Quioto, e também converge com as ponderações do secretário executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e Biodiversidade, Fabio Feldmann. Todos os três dividem a opinião de que o desafio é engajar a sociedade nos processos referentes às mudanças de clima.

Os debatedores dessa plenária foram unânimes em observar que não basta apenas manter as discussões no que foi ratificado pela maioria dos países pelo Protocolo de Quioto da Convenção (estabelecido em 1997 e em vigor desde fevereiro de 2005), cujo cronograma prevê que os países industrializados são obrigados a reduzir em 5,2% a emissão de gases de efeito estufa (entre 2008 e 2012). Para os especialistas essas metas precisam ser revistas para a reunião em Copenhague em 2009.

Apesar de concordância em pontos básicos, os debatedores da Plenária II não deixaram de fazer observações quanto à posição brasileira, os caminhos e tecnologias utilizadas pelo Brasil no tema biocombustíveis. O presidente do World Watch Institute (Estados Unidos), Cristopher Flavin apesar de reconhecer a liderança do país na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, fez questão de enfatizar : "O Brasil tem mais energia solar do que bioenergia".

Deva Rodrigues (MTb/RS 5297)Assessoria de Comunicação Social – ACSContatos: (61) 3448-4015

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