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Experiências em agroecologia são destaque no último dia de seminário

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A exposição de pôsteres de produtores rurais que desenvolvem experiências em Agroecologia, em Mato Grosso do Sul, foi destaque na sexta-feira (21), durante o 2º Seminário de Agroecologia de MS, na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS).

Entre os trabalhos expostos, estava a "Produção orgânica de tomate, sistema bacia", do produtor rural Pedro Luiz de Souza, de Glória de Dourados. Em 2007, ele produziu 78 caixas de 25 quilos de tomate a partir de 200 tomateiros. Uma média de 6 quilos do produto para cada pé de tomate.

"Este trabalho está voltado para os produtores de assentamentos porque o sistema precisa da dedicação de apenas uma pessoa, uma hora por dia, para cuidar do cultivo dos 200 pés de tomate", informa o agricultor, que é um dos fundadores da Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Apoms).

O que motivou a experiência dele foi o fato de que a aplicação semanal de agrotóxicos na lavoura de tomate resulta em riscos de contaminação dos trabalhadores e consumidores. "Nosso objetivo é produzir tanto para atender as necessidades de consumo da família, quanto para comercializar o excedente", diz.

Outra experiência demonstrada foi a de "Balainhos de fibra de bananeira para a produção de mudas em sistemas agroecológicos", da produtora rural de Ivinhema, Rosângela Pedrosa. Ela substituiu o material sintético, normalmente sacos plásticos, pela fibra. Com isso, Além de reduzir os custos, diminuiu problemas ambientais causados pelos resíduos do plástico. "Depois que a gente plantava a muda, não sabia o que fazer com o saquinho. Se deixasse no campo era um problema, se queimasse também", explica Rosimari Pedroza, que representou a irmã Rosângela, durante a exposição.

Resultados

Segundo o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste e presidente da comissão organizadora do evento, Milton Padovan, o seminário contou com a participação de um público diversificado. "Tivemos participantes de várias regiões do Estado, de pessoas envolvidas de diferentes formas em iniciativas agroecológicas, e outras ainda não envolvidas, mas interessadas em conhecer o processo", relata.

Outro ponto destacado por Milton é a apresentação dos trabalhos em forma de postêr. "Se compararmos que num congresso brasileiro de Agroecologia, com 2,5 mil participantes, temos a apresentação de 450 trabalhos, e no nosso caso, com um público aproximado de 300 pessoas, temos 97 apresentações, nossa média é excelente", apontando ainda a interação entre pesquisadores, agricultores e estudantes durante o evento "como muito positiva para a troca de experiências e expectativas".

Seminário

A programação do seminário incluiu mesas redondas sobre transição agroecológica, processo organizacional com ênfase na Rede Agroecologia MS e comércio justo e solidário. Também foram realizadas oficinas sobre compostagem e vermicompostagem, produção agroecológica de hortaliças, adubação verde, plantas medicinais (produção e processamento), planejamento da produção e consumo saudável de alimentos, controle parasitário alternativo em bovinos, produção caseira de defensivos orgânicos e recuperação de áreas degradadas através de sistemas agroflorestais.

O 2º Seminário de Agroecologia de Mato Grosso do Sul foi uma realização da Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pantanal, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Superintendência Federal de Agricultura (SFA/MS), Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Apoms), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério do Desenvolvimento Agrário. A promoção do evento foi da Associação Brasileira de Agroecologia e pela Ceporg/MS, com apoio do Sebrae e da Prefeitura de Dourados.

Kadijah Suleiman (MTb RJ 22729JP) Embrapa Agropecuária Oeste (67) 3416-9742 kadijah@cpao.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
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