24/11/08 |

Estudo quer aumentar tamanho do fruto da variedade de uva BRS Clara

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Variedade sem sementes desenvolvida na Embrapa Uva e Vinho, a BRS Clara tem uma característica  vantajosa em relação as outras uvas cultivadas no Submédio do Vale do São Francisco: no período de chuva – primeiro semestre – não ocorre abortamento de flores e se já estiverem na fase de produção as bagas não racham e nem caem dos cachos já formados. Entretanto, apresenta uma desvantagem para opção de plantio comercial: as bagas possuem tamanho pequeno, menores que 18 milímetros (mm).

Na Embrapa Semi-Árido duas pesquisadoras deram início aos estudos para aumentar este tamanho. Débora Costa Bastos e Francislene Angelotti começaram a avaliar diferentes doses de giberelina - um regulador de crescimento – com o objetivo de aumentar o diâmetro das bagas para acima de 18 mm que é o tamanho apropriado para comercialização em mercados mais competitivos, como o dos Estados Unidos e da União Européia.  

Economia

O Submédio do Vale do São Francisco é a principal região produtora e exportadora de uvas finas sem sementes do Brasil. No primeiro semestre, quando ocorrem as chuvas, as produções das variedades mais cultivadas e comercializadas, como a Thompson Seedless e a Festival, ficam comprometidas devido ao rachamento, queda ou perda de qualidade dos frutos. O cultivo da 'BRS Clara', que é também uma uva de coloração branca, não enfrenta esse problema. É uma característica que torna esta variedade uma alternativa de plantio no período de maior pluviosidade e umidade, afirma Débora, pesquisadora da Embrapa Semi-Árido.

Há outra característica importante relacionada ao manejo das plantas de 'BRS Clara' e à economia de custos. A produção de cachos ocorre no ramo principal, diferente da Thompson, Festival ou Crimson que acontece nos ramos secundários, também chamados de "netos". A pesquisadora da Embrapa Semi-Árido explica que muitos dos tratos culturais que são necessários nessas variedades – manter maior área foliar, aplicação de maiores quantidades de defensivos e de adubos, maior emprego de mão-de-obra, por exemplo – são minimizados na manutenção do parreiral da 'BRS Clara'.

Na propriedade onde as pesquisadoras realizam testes com diferentes dosagens de giberelina, há redução de custos em conseqüência das menores quantidades de insumos e de despesas na cultura. Segundo  Débora, a redução de custos chega a alcançar valores que variam de 5 a 6 mil reais. "É uma economia   muito significativa em um negócio como o da uva sem sementes, ainda mais para uma variedade que tem potencial produtivo de 25-30 t/ha", garante Débora.

Marcelino Ribeiro (MTb1127/BA)marcelrn@cpatsa.embrapa.brEmbrapa Semi-Árido – 87 3862 1711

              Contatos:

Débora Costas Bastos – pesquisadora;debora@cpatsa.embrapa.br 

Francislene Angelotti – pesquisadora;fran.angelotti@cpatsa.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/