04/12/08 |

Encontro discute ovinocultura no Acre

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Pesquisadores, técnicos da extensão rural, produtores e representantes de diversas instituições governamentais do Acre, Ceará e Bahia vão conhecer a realidade produtiva e discutir a viabilidade da criação de ovinos em municípios acreanos, durante o 1º Encontro de Ovinocultura do Acre.

O debate acontece no auditório da Embrapa Acre (Rio Branco), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na quinta-feira (4), a partir das 8h.

A iniciativa é fruto de uma parceria ente a Embrapa Acre, Embrapa Caprinos (Sobral/CE), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e Secretaria de Pecuária (Seap), que visa definir e implementar estratégias de ação para o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva da ovinocultura no Estado. 

Panorama

A ovinocultura é uma atividade em expansão e vem se tornando uma alternativa de investimento em diversas regiões brasileiras. De acordo com o gerente de agronegócio do Sebrae, Tristão Cavalcanti, o evento vai possibilitar conhecer e avaliar o panorama da ovinocultura nacional e local. "Este será o primeiro passo para profissionalizar a atividade e estruturar a cadeia produtiva da ovinocultura no Acre. A idéia é apresentar informações sobre aspectos como oferta, demanda, custo de produção e coeficientes técnicos, além de experiências de produtores acreanos e de outros Estados, visando um melhor entendimento da atividade", afirma.

As discussões vão subsidiar a elaboração de um documento orientador que vai reunir as principais limitações da ovinocultura no estado e indicar os caminhos a serem seguidos pelas instituições governamentais na condução da atividade. "A parceria com órgãos de pesquisa como a Embrapa vai possibilitar a transferência de soluções tecnológicas para o melhoramento genético das raças, sanidade dos rebanhos e produtividade, além de outros aspectos do arranjo produtivo local", diz Tony John Oliveira, coordenador do Departamento de Produção Familiar da Seaprof.

Mercado promissor

Na avaliação do pesquisador da Embrapa Acre, Claudenor Pinho de Sá, existe um grande interesse dos produtores acreanos pela atividade, mas a criação de ovinos ainda é pequena e dispersa. Conhecer as raças mais adaptadas às condições ambientais do Acre, técnicas adequadas de manejo e dispor de linhas de crédito são pressupostos básicos para o desenvolvimento da atividade no Estado.

Segundo Pinho de Sá, o mercado de carne de ovino no Acre é promissor. A procura pela carne de cordeiro no mercado local vem aumentando e o quilo do produto nos supermercados de Rio Branco custa, em média, R$ 13 reais. O produtor acreano está despertando para a importância comercial da atividade, e consumidor, para a vantagem de ter à mesa uma opção a mais de carne.

Considerada exótica, a carne de ovinos já é encontrado com freqüência em churrascarias de Rio Branco. Além de saborosa, o seu consumo regular proporciona benefícios à saúde humana por que apresenta baixos teores de gordura, é rica em aminoácidos, vitaminas, minerais e, principalmente, em ácidos que contribuem para a prevenção de doenças do coração.

Para Cavalcanti, o grande desafio na criação de pequenos animais está na apresentação do produto final. É importante conhecer as exigências do mercado e investir na estruturação da cadeia produtiva. Saber, por exemplo, qual o melhor momento para abate dos animais e conhecer técnicas de cortes de carnes nobres de cordeiro por que isto influencia na qualidade da carne. "Com a organização e profissionalização da cadeia produtiva da ovinocultura, ganha o produtor, com maior valorização da atividade e melhores preços e, principalmente, o consumidor, com produtos de qualidade", afirma.

Tendência ao crescimento

O Brasil é o 8º maior criador de caprinos e ovinos no mundo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o rebanho nacional saltou de 25 milhões de cabeças, em 2004, para 30 milhões de cabeças, em 2007. Apesar da maior concentração da ovinocultura no Nordeste, com cerca de 50% do rebanho nacional, há uma forte tendência de crescimento dos rebanhos ovinos nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste.

Embora o consumo de carne de ovinos pelo brasileiro seja de apenas de 700g por habitante/ano, a produção ainda é insuficiente para atender a demanda nacional. O Brasil importa 70% da carne de cordeiro que consume. Em países onde o consumo deste tipo de carne é tradição, como Nova Zelândia, por exemplo, a média anual chega a 32 kg por pessoa.

Mais informações:

Pesquisador Claudenor Pinho de SáEmbrapa AcreContato: (068) 3212-3224claude@cpafac.embrapa.br

Tony John OliveiraSeaprofContato: (068) 3226-4365Tony.oliveira@ac.gov.br

Diva GonçalvesEmbrapa AcreContato: (068) 3212-3255diva@cpafac.embrapa.br

 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/