De 9 a 23 de janeiro, o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Adalécio Kovaleski, que é o coordenador do Programa Nacional de Erradicação da Cydia pomonella, executado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), presta consultoria aos pomicultores chilenos contratado pelo Instituto de Investigaciones Agropecuarias (INIA). Ele visitará as principais regiões produtoras localizadas em Chillan e na Patagônia.

O convite ocorreu devido ao sucesso do Programa brasileiro que praticamente erradicou a praga que se estabeleceu nas árvores das regiões urbanas de Vacaria (RS), Caxias do Sul (RS), Bom Jesus (RS) e Lages (SC), evitando assim que chegasse aos pomares comerciais.

A Cydia Pomonella é uma praga que afeta as culturas das rosáceas (maçã, pêra, ameixa, pêssego, nectarina, marmelo, etc), traz prejuízos financeiros para os produtores que tem seus frutos estragados, além de restrições para exportação, e ainda causa danos ambientais, devido a alta toxicidade dos produtos usados no seu combate.

Segundo o pesquisador Kovaleski, o grande desafio será adaptar o programa para erradicar a Cydia de uma área comercial. "Atualmente, trabalhamos com a instalação e o monitoramento de armadilhas para captura da mariposa e com o corte e substituição das possíveis árvores hospedeiras por árvores não hospedeiras, como os cítricos nas áreas urbanas. Com certeza é um bom começo, mas será necessário conhecer a realidade e adaptar o programa para áreas rurais", diz.

O Programa Nacional de Erradicação da Cydia pomonella começou em 1994 e é coordenado pelo Mapa. Conta com a parceria da Embrapa Uva e Vinho, da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agropecuário de Santa Catarina e da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul.

Avanços obtidos no Programa

• Foram erradicadas e substituídas mais de 90 mil plantas hospedeiras da praga.
• Até o momento, foram aplicados menos de R$ 8 milhões de reais, um valor muito baixo em relação ao enorme benefício que o programa representa diretamente para a fruticultura brasileira e indiretamente para o Brasil.
• Em 1997, quando se iniciou a erradicação, foram capturados cerca de 22,5 mil insetos em mil e 80 armadilhas nas áreas infestadas. Na safra 2007/2008, dez anos após, foram capturados apenas 51 insetos em mais de cinco mil armadilhas e, em 2008/2009, somente 25 insetos até agora. Ainda continuam as remoções de hospedeiros nas áreas com captura.

Viviane Zanella MTb 14004 Embrapa Uva e Vinho Contato:54 3455 8084