12/03/09 |

Trabalho avalia contaminação da alface

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A alface (Lactuca sativa) é a hortaliça folhosa mais consumida no Brasil, classificada como importante alimento para a população por ser rica em vitaminas. Seu cultivo pode ser orgânico, convencional ou hidropônico.

No entanto, pode ser um veículo transmissor de micro-organismos patogênicos ao homem, como coliformes termotolerantes e Escherichia coli, micro-organismo bacteriano que se encontra na flora intestinal, é eliminado pelas fezes e pode causar diarréia, uma vez que esses contaminantes estão frequentemente presentes no solo, na água e nos insumos naturais, como a cama de frango.

O objetivo da dissertação de Mestrado desenvolvida pela aluna Mariana de Castro Lotto, sob a orientação do pesquisador Pedro Valarini da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), no Curso de Agroecologia e Desenvolvimento Rural na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar (Campus de Araras, SP), em parceria com a Embrapa Meio Ambiente, foi avaliar quantitativamente a presença de coliformes termotolerantes e de E.coli em água de irrigação e de pré-lavagem, assim como no produto não lavado e pré-lavado, sob cultivo orgânico e convencional, em relação à recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa.

As coletas, explica a aluna, foram realizadas em dez propriedades, cinco de cultivo orgânico e cinco de cultivo convencional, localizadas em Ibiúna, Jaguariúna, Campinas e Morungaba, no Estado de São Paulo. Em laboratório, as amostras de alface foram submetidas à análise de tubos múltiplos e série bioquímica e procedeu-se a avaliação pela técnica de contagem do Número Mais Provável - NMP.

"Os resultados mostraram um alto índice de coliformes termotolerantes e E. coli na água de irrigação, fator importante para a contaminação da alface, independente do sistema de cultivo", diz Mariana. "Todavia, o cultivo convencional apresentou índices de contaminação superiores ao do cultivo orgânico. A pré-lavagem contribuiu para a redução de coliformes termotolerantes e de E. coli. Entretanto, a contaminação pelo primeiro foi mais alta em ambos os sistemas. Além disso, outras práticas utilizadas nas propriedades como a higiene pessoal, o uso de adubos compostados inadequados e a presença de animais nas áreas de cultivo são importantes fontes de contaminação", enfatiza.

Como recomendações, Valarini sugere práticas de higiene pessoal, como a lavagem das mãos, preservação das fontes naturais de água, mantendo a mata ciliar, evitar animais nos cultivos e construções de chiqueiros próximos ou acima das áreas de cultivos. "É importante também a instalação de bebedouros adequados para o gado, além do uso de adubos, como estercos bem curtidos e biofertilizantes líquidos certificados e, quando possível, manter cobertura do solo - morta com plástico ou viva com capim e restos de cultivo, a fim de evitar respingos de água no produto final", completa o pesquisador.

Cristina Tordin, MTb 28.499Embrapa Meio Ambiente(19) 3311.2748cris@cnpma.embrapa.br

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