12/03/09 |

Avaliação de impacto ambiental mantém produtividade em propriedades rurais

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A dissertação de Mestrado de Fernanda Ribeiro de Andrade Oliveira defendida em dezembro de 2008, sob a orientação do pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Pedro José Valarini, no Curso de Agroecologia e Desenvolvimento Rural na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar (Campus Araras, SP), em parceria com a Embrapa Meio Ambiente, comprovou que a avaliação da qualidade do solo permite aos produtores direcionar técnicas agrícolas para melhorias constantes, além de estabelecer e manter produtividades adequadas ao equilíbrio de um sistema auto-sustentável.

O trabalho avaliou o impacto ambiental das atividades rurais por meio do sistema APOIA-NovoRural - Avaliação Ponderada de Impacto Ambiental de Atividades do Novo Rural, desenvolvido pelos pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente Geraldo Stachetti Rodrigues e Clayton Campanhola em 2003. Além disso, avaliou também a influência de diferentes sistemas de produção de cana-de-açúcar na qualidade do solo, por meio de atributos físicos, químicos e bioquímicos.

Fernanda explica que selecionou seis propriedades com cultivo de cana-de-açúcar para produção de cachaça em Piracicaba, Socorro, Jaguariúna, Holambra e Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo. Em cada propriedade foram estudados dois tratamentos: solo cultivado com cana-de-açúcar sob sistema orgânico ou convencional e, solo sob mata nativa, tomado como referência.

"O APOIA-NovoRural indicou um desempenho ambiental 17% superior no sistema orgânico em relação ao convencional, destacando-se as características da ecologia da paisagem (relação do estabelecimento rural com o meio ambiente natural e os possíveis efeitos da atividade rural sobre o estado de conservação dos habitats) e gestão e administração das propriedades (relação do estabelecimento com os mercados externos)", explica ela.

Os resultados da pesquisa mostraram também que a maioria dos atributos indicou que o manejo realizado nas áreas sob cultivo orgânico contribuiu para a manutenção da qualidade do solo. Entre eles, os parâmetros estabilidade de agregados (Ea), matéria orgânica (MO), desidrogenase (Des), polissacarídeo (Poli) e biomassa microbiana (Bm) destacam-se como sensíveis para indicar modificações no ecossistema.

"Os valores isolados não servem como indicadores precisos e confiáveis das condições do solo. No entanto, quando avaliados em conjunto, via Análise de Componentes Principais (ACP), mostram-se sensíveis para captar as alterações ocorridas no ambiente, devido às diferentes formas de uso do solo. Assim, os atributos selecionados podem fornecer subsídios para o planejamento do uso correto da terra", diz a aluna.

Para Valarini, orientador do trabalho, o melhor desempenho do manejo orgânico em relação ao convencional, tanto na qualidade dos solos como no manejo das propriedades, é justificado pelas práticas adotadas na propriedade. São elas a melhor conservação dos recursos naturais, ou seja, a proteção das fontes de água; utilização de práticas conservacionistas do solo com adubos verdes nas entressafras; cultivo mínimo do solo; manutenção da cobertura do solo; plantio em curvas de nível; aproveitamento das plantas voluntárias como cobertura; e incremento da biodiversidade do solo e da propriedade com a manutenção das matas como Reserva Legal, das áreas de proteção permanentes - APPs (morros e encostas, fontes de água); além de barreiras com cerca viva e cultivos consorciados.

Cristina Tordin, MTb 28.499Embrapa Meio Ambiente(19) 3311.2608cris@cnpma.embrapa.br

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