16/03/09 |

Biocombustível é tema de interesse de Brasil e EUA

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Mais do que razões estritamente econômicas, alimentam um sustentável acordo de cooperação técnico ou comercial em biocombustível."Tecnologia, desenvolvimento, inovação e estratégias podem ser as palavras chaves para conquistar o mercado norte-americano de biocombustíveis", diz o Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães.

O tema biocumbustíveis foi uma das pautas da reunião ocorrida no sábado (14) na Casa Branca, em Washington, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Uma das principais demandas do presidente Lula é a derrubada das barreiras de importação pelos EUA para o biocombustível.

O presidente Obama está preocupado em enfatizar no seu governo uma agenda ambiental positiva, além de apostar na utilização da biomassa para atender o mercado interno. Com essa abertura, a agenda brasileira pode ser expandida para atender parte desse mercado. Mas, para que essa proposta tenha sucesso, será necessária a mudança da agenda interna, incluindo a legislação norte-americana, que de acordo com Obama, este processo será demorado.

Para o Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, este novo cenário pode ser uma estratégia para o Brasil conquistar novos mercados.  O Brasil pode atender parte da demanda americana por etanol, com incremento de área e produtividade de cana-de-açúcar e eficiência de conversão em etanol. No curto prazo, o Brasil deverá cuidar da logística de transporte e escoamento da produção para novos mercados.

Acordos bilaterais ou multilaterais deverão favorecer este comércio. No atual cenário, nosso país cultiva entre 7 a 8 milhões de área plantada de cana-de-açúcar e a proposta de crescimento deverá observar uma estratégia conservadora entre 2 a 3 vezes mais, ou incrementar de 3 a 10 vezes. Vale ressaltar, ainda, que a demanda de etanol é crescente no mercado interno e externo", assegurou Frederico Durães.

Dados conservadores apontam que se a matriz mundial fizer substituição da gasolina por etanol em 10%, o Brasil pode contribuir em até 50% com esta oferta, num período de 10 a 15 anos. Os atores públicos e privados do Brasil, com essa perspectiva, podem vislumbrar estratégias futuras de mercado.Nos EUA, para atender a demanda do etanol necessitaria aumentar a área plantada de milho, ou aumentar o percentual de destinação deste cereal para biocombustível, que não é possível por questões ambientais e pela pressão da cadeia produtiva animal. A abertura de mercado externo é a solução para uso de bioenergia neste país.

Durães certifica, que nos EUA, devido a restrição de área e questões ambientais, alternativas como a eólica, solar, rota temática de etanol lignocelulósico entre outras, estão sendo desenvolvidas. Algumas com alto custo, já outras, sem rota tecnológica completamente conclusa.

"É aí, que entra o trabalho técnico/científico, especialmente do desenvolvido pela Embrapa Agroenergia, na caracterização de rotas tecnológicas e processos específicos, visando saltos de competitividade no negócio brasileiro para a melhoria da produção de etanol incluindo tecnologias de 2ª geração", destaca Durães.

Com as pesquisas realizadas e o conhecimento gerado, a Embrapa pode contribuir nas tomadas de decisões públicas e privadas com dados técnicos e consistentes. Estrategicamente, será fundamental o Brasil investir recursos densos em PD&I, evitando desta forma choque de competitividade, fortalecendo ainda mais a liderança do país na produção deste biocombustível.

No contexto do Plano Nacional de Agroenergia, 2006-2011, cabe à Embrapa coordenar ações institucionais e um programa de desenvolvimento tecnológico que melhore os processos e as matérias-primas atuais e potenciais do país para a produção de etanol, biodiesel, florestas energéticas e o aproveitamento de seus resíduos para a obtenção de co-produtos. Isto implica, em desenvolvimento de tecnologia essencialmente agrícola e agroindustrial, que faça a ponte de ligação entre o conhecimento agronômico e o conhecimento industrial.

Daniela Garcia Collares (MTb/114/01 RR)Embrapa AgroenergiaContato: (61) 3448-4845 e (61) 9669-3540daniela.collares@embrapa.br

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