25/03/09 |

Pesquisa avança na domesticação do bacuri

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Clones de baixo porte com produção precoce a partir de seis anos, com características para o consumo in natura e para processamento,  e redução do tempo de formação da muda enxertada  de 24  meses para 15 meses são avanços obtidos pela pesquisa na cultura do bacuri.

O  método, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental, com sede em Belém, é um dos principais destaques da pesquisa com a cultura. Nele, as sementes são colocadas para germinar num prazo de 72 horas após a retirada da polpa, em sacos para muda. Em 70 dias, separa-se a semente da raiz. Esta última fica no saco que, por regeneração, dará origem à planta.

A brotação do caule da planta vem da raiz. Ela  acontece em aproximadamente três meses após a separação da raiz da semente. As mudas atingem o ponto de enxertia entre 10 meses e um ano após o semeio das sementes e atingem a idade de plantio no campo entre 13 a 15 meses. Com esse método de propagação, é possível a produção de mudas em escala comercial.

 Difícil cultivo

O pesquisador Valdomiro Souza, que coordena os trabalhos de pesquisa  na Embrapa Meio-Norte  aponta um aspecto importante no método de propagação. O reaproveitamento da mesma semente por até cinco vezes. "De uma única semente é possível se obter até cinco plantas de bacuri". A Unidade está trabalhando, segundo ele, para determinar o melhor tipo de recipiente à produção de muda de bacuri.

Ele diz que o bacuri é uma espécie nativa de "difícil cultivo", porque tem baixo potencial de germinação das sementes – no máximo de 20  a 30 por cento em um ano; o processo de formação da muda leva cerca de dois anos; a planta apresenta um longo período de juvenilidade – o tempo que vai do plantio da  muda até a primeira produção, em torno de 10 a 12 anos; além do ataque de doenças e pragas e de problemas de polinização.

Bom valor nutricional

Com um orçamento de R$ 55 mil, a Embrapa trabalha com dois projetos focando o bacuri. Um financiado pelo Banco do Nordeste e o outro pela própria empresa. A pesquisa começou em 1998, com a obtenção das primeiras plantas e o início das experiências com propagação. O experimento de seleção e avaliação de genótipos de bacuri foi implantado em 2007, e avalia 19 clones. Os projetos são desenvolvidos em rede, pelas Unidades Meio-Norte e Amazônia Oriental.

Estima-se que são comercializadas nas centrais de abastecimento de Teresina, São Luis e Belém cerca de 2,5 mil toneladas de frutos de bacuri. No Piauí, a produção é concentrada nos municípios de Barras, na região Norte; e em Palmeirais, na região Sul. O bacurizeiro é encontrado apenas nas regiões Norte e Meio Norte.

O bacuri tem um bom valor nutricional. Em média, segundo Valdomiro Souza,  100 gramas de polpa de bacuri tem 105 calorias, 22,8 gramas de carboidratos, 7,5 gramas de fibra bruta, 20 miligramas de cálcio, 36 miligramas de fósforo, 2,2 miligramas ferro e 2,7 de proteínas.

Fernando Sinimbu ( 654 MTb/PI)Contatos(86) 3089-9118fernandosinimbu@cpamn.embrapa.brEmbrapa Meio-Norte

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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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