09/04/09 |

Catadoras reivindicam acesso às mangabeiras e apoio

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Acesso à terra em áreas de mangabeiras, apoio à comercialização com garantia de compra pela Conab, espaço seguro nos mercados, capacitação para fabricação de doces, geléias, bombons, bolos e outros confeitos, condições de armazenamento e processamento, assistência técnica, crédito, defeso no período de entressafra e que novos assentamentos sejam negociadas com o Movimento das Catadoras de Mangaba. Essas são as reivindicações lançadas  em carta na quarta-feira(8), na conclusão do II Encontro das Catadoras de Mangaba, que reuniu 116 representantes em evento promovido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros de Aracaju.

O maior problema enfrentado pelas catadoras de mangaba é que a maior parte dessas áreas de extrativismo da fruta está situada em terras alheias ou devolutas e as mangabeiras estão desaparecendo dando lugar à expansão imobiliária (casas de veraneio, condomínios, hotéis), criatórios de camarão, plantios de cana-de-açúcar, eucalipto e coco.

É o acontece com as catadoras de mangaba de Barra de Coqueiros. "Com a construção da ponte Construtor João Alves, os terrenos aqui ficaram muito valorizados. Os donos passaram então a cercar as suas propriedades, loteá-las e logo foram construídas casas, condomínios e hotéis destruindo as mangabeiras existentes ou impedindo o acesso às mangabas;" reclama Patrícia Santos de Jesus, representante do Movimento das Catadoras de Mangaba.

"Antes, os proprietários permitiam a entrada das catadoras, mas hoje temos que pagar para colher e sobra pouco para nós, reclama Edilma Alves, do Povoado Capoã. "Hoje, só colhemos 20% do que colhíamos antes, pois os donos das terras cercaram suas propriedades" disse Alicia Santana Salvador Morais, de Pontal, em Indiaroba, presidente do Movimento das Catadoras de Mangabeira (MCM).

Outro caso é o das catadoras de mangaba de Santa Maria, em Aracaju, vizinhos ao Aeroporto, em área da Infraero, que, há 50 anos, residem no bairro. Elas reclamam que as mangabeiras são arrancadas para a construção de casas populares. Algumas famílias foram indenizadas mas não concordaram com o valor pago. Eles acionaram o Ministério Público mas não há nenhuma definição.

A coleta da Mangaba é a base de sustento de mais de 5 mil famílias em situação de vulnerabilidade social, só no litoral sergipano. Além da crescente dificuldade em ter acesso às mangabeiras, com a expansão imobiliária e das fronteiras agrícolas, o fruto está cada vez mais escasso, constatou o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Josué Silva Junior que já realizou  mapeamento das área de produção de mangaba em diversas áreas do Nordeste e Pará.

Outro problema enfrentado pelas catadoras é a dificuldade de comercialização da mangaba. Muitas delas são obrigadas a virem de madrugada, entre 1h e 6h da manhã, no Ceasa para vender a atravessadores. Após esse período, os fiscais não permitem a venda além de serem discriminadas por outras vendedoras de frutas.

Por esse e outros motivos, elas reivindicam apoio à comercialização com garantia de compra pela Conab e espaço seguro nos mercados. Elas querem também assistência técnica e cursos de capacitação para produzirem doces, geléias, cocadas, bombom e outros confeitos além de condições de armazenamento e produção. Elas solicitam crédito para as catadoras que tem propriedades e o defeso da mangaba no período da entressafra.

Ivan Marinovic Brscan (MTb 1634/09/58/DF)Embrapa Tabuleiros CosteirosContatos: 79 40091381

Mais informações sobre o tema
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