Por meio de cursos e palestras abordando produção de mudas frutíferas, plantio sem queimadas, manejo florestal, irrigação, apicultura, entre outras tecnologias, a Embrapa Amapá (Macapá-AP) leva aos alunos das escolas famílias agrícolas e agroextrativistas do Amapá técnicas que contribuem para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar.

O projeto foi indicado pelo Núcleo de Estudos Agrários do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) como uma das 50 experiências de tecnologia social desenvolvidas no Brasil. A seleção foi realizada em duas etapas. A primeira chamada de trabalhos ocorreu em outubro de 2008 e a segunda, em janeiro deste ano.

Este mês, o projeto ganha um espaço especial na vitrine de iniciativas de alcance social. De 13 a 15 de abril, o coordenador do projeto, Jackson de Araújo dos Santos, participa em Brasília do II Fórum Nacional da Rede de Tecnologia Social (RTS), como convidado da I Oficina do Fórum e Rede MDA de Tecnologias Sociais para o Desenvolvimento Agrário no Brasil. Ele irá apresentar o projeto realizado no Amapá. Em dois anos de execução, os dados parciais do projeto mostram a formação de 823 agentes multiplicadores, instalação e acompanhamento de 15 unidades de observação, 31 cursos, sete palestras, quatro dias de campo, 66 visitas técnicas e início do diagnóstico rápido participativo da realidade socioeconômica das famílias participantes.

No total, o MDA selecionou 37 trabalhos, entre os quais o projeto liderado por Jackson dos Santos e o Prosa Rural, programa de rádio da Embrapa. Os dois trabalhos foram submetidos à análise de uma comissão técnica e habilitados na etapa final do processo, na categoria Tecnologia Social para a Educação.

Os representantes das escolas famílias tiveram participação fundamental no projeto, ao apresentarem sugestões das tecnologias e conhecimentos necessários para serem levados às suas comunidades. "Optamos pelas tecnologias de baixo impacto ambiental, com o manejo de áreas já alteradas e com preferência para cultivo de culturas perenes. Dessa forma, priorizamos o equilíbrio ambiental no processo produtivo", explicou o coordenador do projeto, Jackson dos Santos.

O projeto da Embrapa Amapá é realizado em parceria com a Secretaria Especial de Desenvolvimento Rural (SDR), Rurap e Rede das Associações das Escolas Famílias (Raefap). O Amapá conta hoje com cinco escolas famílias, um modelo de educação no campo surgido na França logo após a Segunda Guerra Mundial e que utiliza a pedagogia da alternância. O aluno fica em regime de internato durante quinze dias e o restante do mês permanece em  casa, atuando como agente multiplicador de conhecimentos técnicos junto à família.

As Escolas Famílias do Amapá são as seguintes: Escola Família Agrícola do Pacuí (Macapá), Escola Família Agroextrativista do Carvão (Mazagão), Escola Família Agroextrativista do Maracá (Mazagão), Escola Agroextrativista do Cedro (Tartarugalzinho) e Escola Agrícola da Perimetral Norte (Pedra Branca do Amapari).

Dulcivânia Freitas  (DRT/PB 1.063)Contatos:(96) 4009-9511/9902-9959dulcivania@cpafap.embrapa.br