29/04/09 |

Especialista alerta para o aquecimento global e nacional

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"Não é mais possível achar se o aquecimento global existe ou não e se trará ou não consequências negativas para a vida na Terra, pois agora há estudos científicos que comprovam esses fatos". A afirmação foi feita na terça- feira(28), pelo pesquisador Eduardo Assad, chefe geral da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), durante a Conferência Municipal sobre Mudanças Climáticas, dentro da programação da 43ª Festa do Clima, promovida pela Prefeitura de São Carlos e realizada ontem na Embrapa Instrumentação Agropecuária.

Assad, que é um dos maiores especialistas brasileiros em climatologia e aquecimento global, fez diversos alertas sobre o futuro próximo do planeta e do Brasil, como a possível queda na produção de alimentos e o risco de considerar a irrigação como uma solução para a agricultura. "Dada a redução da vazão dos rios, a irrigação pode se tornar mais um problema e não a solução", ponderou o pesquisador da Embrapa.

Em relação à produção de alimentos, ele apontou que a agricultura é uma das principais vítimas do aquecimento global, devido à diminuição de chuvas e ao abortamento de floração nas plantas, entre outras consequências. Ele citou exemplos já ocorridos em períodos de muito calor, como a mortalidade de aves, a migração de plantas e a queda na produção de leite.

A Embrapa fez algumas projeções para o futuro próximo, se o aquecimento do planeta prosseguir no mesmo ritmo de hoje, como a redução da área apta para o plantio de soja no Brasil. De 2.500 municípios atualmente com aptidão para a soja, esse número pode cair para 1.800 nos próximos anos.

Além da adoção de medidas para atenuar o aquecimento da Terra, algumas providências imediatas podem ser tomadas, como a adoção de sistemas agroflorestais e agrosilvipastoris, onde florestas, agricultura e pecuária podem conviver num esmo espaço, além de práticas conservacionistas na agricultura em geral.

Eduardo Assad trouxe também algumas previsões positivas para o Brasil. Segundo os estudos da Embrapa, diferentemente dos países da Europa e dos EUA, o Brasil é o único país que não precisará mudar sua matriz energética – com maioria de energia limpa e renovável – para se adaptar às exigências ambientais, necessárias para salvar o planeta. "Para nos enquadrarmos, basta resolver a questão das queimadas e desmatamento", diz ele, lembrando que no Brasil 75% das emissões de gás carbônico geradas pela agricultura, teem como origem queimadas e desmatamento.São Carlos, 29 de abril de 2009

Jorge Reti - MTb 12693-SP Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos/SP)Contatos (0xx16) 3411-5600jreti@cppse.embrapa.br

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