Há mais de 40 anos, quatro pesquisadores tem dedicado a vida à busca de soluções para amenizar os problemas da desnutrição. Pioneiros, eles perceberam que uma das saídas passava pelo intercâmbio das ciências da saúde e da agricultura. Alimentos mais nutritivos poderiam ajudar a reverter a carência de micronutrientes como ferro, zinco e betacaroteno e, assim, reduzir o número de casos de anemia e problemas de visão.

Na III Reunião Anual da Biofortificação  (www.cpatc.embrapa.br/biofortbrasil/), de 31 de maio a 5 de junho, em Aracaju (SE), eles serão homenageados tanto para reconhecer a importância de seus trabalhos como também para inspirar novas gerações a perseguirem seus sonhos.

Ross Welch é um dos principais cientistas do Robert W. Holley Center for Agriculture and Health do USDA-ARS, de Nova York-EUA. Ele é ganhador do National USDA-ARS Outstanding Senior Scientist of the Year Award (2003), uma espécie de Nobel da Alimentação, pelo conjunto de suas pesquisas na utilização da agricultura para o desenvolvimento de alimentos mais nutritivos e pela capacidade de liderar e formar equipes. 

Robin Graham, juntamente com Ross Welch e Howdy Bouis,  ajudou a criar o programa HarvestPlus, um consórcio de centros de pesquisa em todo o mundo que trabalha pela biofortificação de alimentos básicos na dieta das populações mais afetadas pela desnutrição. O programa tem apoio do Banco Mundial e da Fundação Bill e Melinda Gates, entre outros. Em 2008, ele recebeu a Medalha CM Donald, da Sociedade Australiana de Agronomia.

José Eduardo Dutra de Oliveira é médico e pioneiro em nutrologia, consultor da Organização Mundial da Saúde e pesquisador ainda em atividade na USP e Unesp apesar dos 80 anos. Ele foi o primeiro brasileiro presidente da Internacional Union of Nutritional Science. Sempre defendeu a combinação arroz e feijão como legítima fonte de proteína, dedicou a vida ao combate à anemia e é autor de experiências que se tornaram clássicas como esquentar a bóia fria dos cortadores de cana para mostrar como nutrição e produtividade andam juntas.

Malaquias Batista Filho é PhD. em Saúde Pública, professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco e membro do Comitê Nacional de Segurança Alimentar  (Consea). Em 2008, foi homenageado pela Academia Brasileira de Ciência pela destacada atuação em Nutrição e Saúde Pública. No Nordeste, seu principal palco de atuação, ele tem defendido o consumo da palma como fonte de vitamina A e alternativa para a escassez de alimentos convencionais.

Os quatro serão homenageados durante a III Reunião Anual da Biofortificação no Brasil porque seus trabalhos sintetizam a essência dos projetos para a biofortificação de alimentos. De acordo com a pesquisadora Marília Nutti, líder do projeto BioFort e pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), são pessoas que não abrem mão de seus ideais, usam a criatividade para superar dificuldades e primam pela eficiência da pesquisa em benefício do público alvo.

"Eles fazem acontecer, não deixam para depois, tem nítida percepção de como o conhecimento pode beneficiar a humanidade e sabem da urgência da passagem da teoria para a prática. São a exemplos a serem seguidos", ressaltou a pesquisadora. A homenagem aos pesquisadores será no dia 1º de junho, às 18h, no Auditório do Banese, Aracaju (SE).  Para mais informações: www.cpatc.embrapa.br/biofortbrasil/.

A III Reunião Anual da Biofortificação no Brasil é uma realização da Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Tabuleiros Costeiros, com parceria dos programas HarvestPlus e AgroSalud e apoio das empresas Monsanto, Nestlé, Pepsico e Halotek Fadel.  

Outras informações: Soraya Pereira (soraya@ctaa.embrapa.br)Embrapa Agroindústria de Alimentos21 36229739 ou 9881 0535

Gislene Alencar (gislenea@cpatc.embrapa.br) Embrapa Tabuleiros Costeiros79 4009 1300