13/05/09 |

Técnicos aprendem novo método de controle da Sigatoka-negra no Acre

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A Embrapa Acre (Rio Branco) e Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realizam, em parceria com a Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), o curso Controle da Sigatoka-Negra. Extensionistas de diversos municípios e técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e Secretaria de Florestas (Safra)  estão conhecendo um pouco mais sobre esta doença e os avanços das pesquisas para diminuir as perdas na produção e os prejuízos dos agricultores.

A capacitação ministrada pelo pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Luadir Gasparotto, referência em pesquisas com banana e responsável pelo desenvolvimento de cultivares resistentes a doenças, visa formar multiplicadores para disseminação de técnicas de controle junto a produtores do Acre.

Na terça-feira ( 12) as atividades aconteceram no auditório da Seaprof e, nesta quarta-feira(13), os técnicos participam de atividade prática no campo experimental da Embrapa para aprender uma nova técnica de controle da Sigatoka-negra por meio da deposição de fungicidas em bananeira.

Principal problema fitossanitário da bananeira, a Sigatoka-negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis,  provoca queda na produtividade e prejuízos econômicos e sociais para os produtores. Desde 1998 diversos estados brasileiros enfrentam problemas com a doença, principalmente em plantios de bananas do tipo prata, maça e comprida. No Acre, o problema é mais frequente em municípios do Alto e Baixo Acre, além do Vale do Juruá.  Entre as alternativas para controle do problema está a utilização de mudas de banana resistentes, em substituição às cultivares susceptíveis. O Acre já conta com cinco cultivares recomendadas pela Embrapa para plantio no Estado, sendo quatro do tipo prata (Japira, Maravilha e Preciosa e Pacovan ken) e uma do tipo maçã (Thap maeo).

Na opinião do pesquisador Tadeu Marinho, estas tecnologias ajudam a manter os cultivos, entretanto, apesar do esforço da pesquisa científica, as inovações ainda não contemplam algumas das bananas preferidas do consumidor, como a comprida, conhecida em outros Estados como plátano. "Esta situação conduz à necessidade de se utilizar técnicas alternativas de controle, como a aplicação de fungicida em local específico da planta", afirma.

Alta eficácia

O controle químico em bananais tem um custo elevado devido ao alto número de pulverizações exigido. Avaliando novas formas de aplicação de fungicida em plantios de banana pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental descobriram que é possível reduzir para três o número de pulverizações por ciclo produtivo.

Esta técnica de controle consiste na aplicação de fungicidas a base de Flutriafol e Azoxystrobin (formulação comercial), na axila da segunda folha da planta, com o auxílio de uma seringa veterinária adaptada.

O método vem sendo usado com alta eficácia nos Estado do Amazonas, no controle da Sigatoka-negra, e em fase experimental no Tocantins, em bananais afetados pela Sigatoka-amarela. No Acre, será disseminado por técnicos da extensão rural e de instituições ligadas à cadeia produtiva da banana, junto a mais de 2 mil famílias de pequenos produtores.

Para o secretário de extensão florestal e produção familiar do Acre, Nilton Cosson, a expectativa é que com a capacitação o estado possa dar respostas efetivas no enfrentamento do problema da sigatoka-negra, melhorar a produção e regatar a importância econômica da cultura. Ele garante que a parceria com unidades da Embrapa cria novas perspectivas de fortalecimentos dos cultivos acreanos.

Simples e de baixo custo

Cultivada em todas as regiões quentes do mundo, a banana movimenta a economia de diversos países. O Brasil é o segundo maior produtor e a Índia ocupa o primeiro lugar, com uma produção inteiramente voltada para o abastecimento da sua demanda interna.

Bastante apreciada devido ao sabor agradável, a fruta está presente na dieta alimentar das diversas camadas sociais, especialmente nas famílias de baixa renda.

Nos municípios acreanos de Acrelândia e Porto Acre, principais produtores do estado, a produção média de banana caiu de 1.800 para 1.000 cachos/ha, em oito anos, em virtude de ataques sistemáticos da Sigatoka-negra. Roney Santana, diretor técnico da Seaprof, explica que, de modo geral, os plantios do Acre sofreram uma redução de até 70% na produtividade e a perda só não é maior porque muitos produtores já vêm trabalhando com plantas tolerantes, com apoio da Embrapa.

Segundo Gasparotto, um dos autores da nova tecnologia, a saída para os produtores que ainda utilizam variedades susceptíveis à doença é a adoção de métodos alternativos. O novo método é simples e de baixo custo, com média de investimento de sessenta reais/cacho e vai contribuir para a manutenção da bananicultura.

"As aplicações devem ser realizadas em plantas a partir de quatro meses de idade e cessar com a emissão do cacho, repetindo-se a cada sessenta dias. Com a aplicação na planta adulta, as mais jovens (filhas) também ficam protegidas. Além de proporcionar maior eficiência no controle da doença, o método apresenta baixo impacto ambiental, uma vez que o produto é colocado diretamente na planta, sem riscos de contaminação para homem e para o meio ambiente", explica.

Mais informações:

Pesquisador Luadir GasparottoEmbrapa Amazônia OcidentalContato: (092) 3303-7828  gasparotto@cpaa.embrapa.br

Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)Embrapa AcreContato: (068) 3212-3255diva@cpafac.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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