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Pesquisador faz palestra sobre mudanças climáticas

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"É importante que a agricultura adote práticas imediatas de redução do desmatamento e de eliminação de queimadas para garantirmos a produção sustentável e competitiva". Este foi o alerta do chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), Eduardo Delgado Assad, durante o 8º Simpósio de Agricultura – Clima, Tecnologia, Cultivos e Mercado. O evento foi realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) e pelo Sindicato Rural de Dourados, na segunda-feira (18), na 45ª Expoagro (Exposição Agropecuária).

Durante a palestra "Mudanças climáticas globais e seus impactos sobre a agricultura", Assad mostrou dados que comprovam o problema no Brasil. O levantamento faz uma projeção até o ano de 2070 dos efeitos do aquecimento sobre a produção de nove culturas, que correspondem a 86,17% da área plantada no País, entre elas arroz, feijão, café, soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. "A agricultura emitiu, em 2005, entre 5,1 e 6,6 bilhões de toneladas de gás carbônico provenientes de gases entéricos, fezes de gado, alagados de arroz, fertilizantes e, principalmente de queimadas", destacou o pesquisador.

Ele lembrou que, devido às queimadas, o Brasil é o quarto país emissor de gás carbônico no mundo. "A agricultura também é uma vítima deste problema", disse Assad enumerando algumas conseqüências: redução de chuvas nos trópicos que gera o encolhimento das terras agriculturáveis; ondas de calor que geram abortamento de flores; ondas de calor que geram abortamento em porcas, redução da produção de leite e morte de aves confinadas; mudanças na geografia da produção agrícola e migração de plantas.

Segundo Assad, a própria agricultura brasileira é a única que pode reverter a situação, por exemplo, com a adoção do sistema de plantio direto, que seqüestra em torno de 500 quilos de carbono por hectare. "Quando bem feita, essa é uma das práticas mais eficientes na mitigação [diminuição] dos gases de efeito estufa", afirmou.

Temperatura

Dados climáticos observados nos últimos 30, 40 anos apontam para um aumento de temperatura em torno de 1 a 1,5 graus Celsius em vários pontos do Brasil. "Isso pode afetar diretamente a taxa evapotranspiratória aumentando a deficiência de água no solo", informou Assad.

Outra alternativa que minimiza esses efeitos é a adaptação de culturas à nova realidade. Isso ocorreria, por exemplo, a partir da implantação de sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária, manejo florestal e recuperação de pastagens. "É bom começarmos logo antes de chegarmos a pontos muito alarmantes e perigosos, ou seja, quando a temperatura do planeta atingir um aumento de 2 graus Celsius nas suas médias", concluiu o pesquisador.

Kadijah Suleiman  (MTb RJ 22729JP) Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados (MS) Contatos:(67) 3416-9742 kadijah@cpao.embrapa.br

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